A DUQUESA DOS CAJUS – Uma parceria Instituto Memorial x Circus Produções

Eu já fazia arte sem saber que fazia, quando fui ser guitarrista de uma banda de baile, em Boa Viagem, Os Alfas, de 1967/69.

Mas foi em 1973 que tive certeza que fazia arte, quando fui convidado a fazer parte do TUCAP. Lá conheci José Francisco Filho, já veterano diretor de teatro.

Hoje, ou há muito tempo, posso dizer que somos grandes amigos, apesar de não nos frequentarmos amiúde. Tivemos encontros, desencontros, aborrecimentos, querelas, mas, a amizade está acima de tudo.

Me lembro de um papo com Gaspar de Andrade, um dos integrantes, quando confessei que tinha um sonho de escrever, produzir e dirigir teatro. Consegui isso tudo, mas confesso, não tenho 10% por cento do conhecimento, do talento e da criatividade. Me considero apenas um diretor operário, mas não tenho nenhuma inveja de Zé, pois acho que ele merece tudo que ele é e assim o fez por merecer.

Confesso, irritado, que Pernambuco é cruel com seus filhos e vez por outra esquece talentos como Zé Francisco, um dos nossos melhores encenadores (dizer diretor é pouco pra ele). Sim, estou bajulando o meu amigo e colega. Mas, tenho o dever de fazer isso agora, enquanto ele está presente.

Eu sei que ele está em boa companhia e tem condições de fazer bonito em qualquer cidade brasileira, ato inacessível a muitos, até a mim mesmo.

Tive e tenho a felicidade de ver seu método de trabalho, capaz de criar grandes espetáculos e com alta qualidade, bem como sou testemunha que ele não faz concessões. Não precisa.

Todos sabemos, ex-tucapistas, que o TUCAP foi um divisor de água para todos aqueles que tiveram a oportunidade de integrarem seu elenco, seja nas mãos de Marcus Siqueira ou no de Zé Francisco. Mas foi Zé que mostrou o nosso teatro a nível nacional e quase internacional (ver o site sobre o TUCAP), comprovado pelas dezenas de prêmios regionais e nacionais e, principalmente, o respeito da crítica do sul do país. Localmente, sem exceção, todos os críticos elogiavam o grupo.

Foi com Zé que aprendi como é importante a coesão do grupo e assim o faz até hoje. O elenco vira um grupo, assim mesmo sem querer. Não é apenas uma relação simplista produtor x ator.

Zé agora vai fazer 40 anos de atividade artística e espero que Deus me dê oportunidade para estar ao seu lado e lhe dar um grande abraço.

Fico feliz em saber que ele vai remontar o grande texto de Pernambuco de Oliveira e Pedro Veiga, A Revolta dos Brinquedos, coroando o seu aniversário com certeza.

Parafraseando Shakespeare, ouso: God Save the Zé!