Cinema e vídeo made in Pernambuco

Cinema e vídeo made in Pernambuco

Mariza Pontes
Da equipe do DIÁRIO

O videomaker e cineasta Camilo Santos Cavalcanti, que apesar da pouca idade – 23 anos – já tem vários prêmios em seu currículo, é um dos concorrentes no Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba, que começou na última quinta-feira. Ele participa com dois trabalhos: o filme Ocaso, incluído na Mostra Competitiva de Cinema, e o vídeo Hambre Hombre (Fome Homem), que entra na categoria Festival dos Festivais, somente para trabalhos premiados.

Hambre Hombre, realizado durante o curso de Roteiro na Escuela Internacional de Cinema e TV de San Antonio de Los Baños, em Cuba, em 96, foi classificado como Melhor Vídeo Experimental na 22ªJornada Internacional de Cinema da Bahia e obteve o segundo lugar no V Certame de Cinema e Vídeo de Santa Fé, na Argentina, ambos em novembro de 96, além de obter os títulos de Melhor Roteiro, Melhor Vídeo e Melhor Trilha Sonora Adaptada no 20º Guarnicê, Festival de Vídeo do Maranhão, em junho de 97.

Em comum, os trabalhos têm a temática social. Ocaso é uma história de amor e traição ambientada no clima árido do sertão, com fotografia de Altair Paixão e produção de Aline Chaves. É o primeiro filme em película (16mm) de Camilo e já participou de vários festivais, sem premiação. Hambre Hombre, rodado em Cuba e tendo como atores amigos paulistas que faziam o curso de Roteiro, retrata o desconforto social, político e sentimental de um brasileiro auto-exilado em Havana, após a queda do socialismo, a pensar sobre o mundo e sua crise pessoal. O filme teve apoio da Center para sua finalização, com edição de Tuca Maia.

ALMA CEGA

Outro vídeo premiado de Camilo Cavalcanti, Alma Cega, está inscrito para o Festival de Cinema e Vídeo de Hamburgo, Alemanha (espera confirmação na seleção oficial) e Festival Internacional de Curtas Metragens de Vila do Conde, Portugal, que acontecem em junho. O mesmo vídeo já está selecionado para concorrer no 21º Guarnicê, no Maranhão, no mesmo mês. Para o festival alemão, o jovem cineasta inscreveu também Os Dois Velhinhos, que realizou em outubro de 96, em VHS, tendo como protagonistas os próprios avós.

Alma Cega já tem dois importantes prêmios na bagagem, do Festival Nacional A Imagem em Cinco Minutos (novembro de 97) em Salvador, quando ganhou R$ 10 mil da Secretaria de Cultura da Bahia; e o Prêmio Banco do Nordeste de Cinema (dezembro/97), participando do 5º Festival de Vídeo de Terezina, Piauí, em que concorreu com 90 selecionados, recebeu R$ 5 mil e o direito ao lançamento nacional na abertura do Festival de Cinema Nacional do Recife deste ano.

O videomaker e cineasta, utilizou tema e locações do Nordeste na realização de Alma Cega, que tem roteiro, argumento, direção e fotografia de sua autoria. Foi rodado em Bezerros, Pernambuco, durante um único final de semana, em agosto de 97.

LINGUAGEM

“É uma dureza mas vale a pena”, alega Camilo, que faz cinema e vídeo, procurando romper esteticamente com o que chama de banalização da imagem. Em Alma Cega, filmado em preto e branco e narrado na forma de lamento sertanejo, ele apresenta a história de um nordestino desesperado com a seca, que faz um pacto com a família: matar a todos, para que possam ir para o céu. Depois, sem coragem de tirar a própria vida ou encarar a tragédia, fura os olhos, passando a vagar pelo sertão, como profeta.

Camilo Santos Cavalcanti já morou no Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Começou a fazer vídeo aos 18 anos, quando realizou Cálice. Para este ano, espera desenvolver dois projetos: a refilmagem de Os Dois Velhinhos, em película (16mm), com fotografia de Maria Pessoa; e a realização do filme Matarás, em que pretende exercitar o som direto.

Para o elenco de Matarás, Camilo está contactando Telma Cunha, que contracenou com Fernanda Montenegro em Central do Brasil, Flávio Renovatto, Samuel di Santos e Normando Santos. A fotografia será de Marcos Molina.

Mariza Pontes
Da equipe do DIÁRIO

O videomaker e cineasta Camilo Santos Cavalcanti, que apesar da pouca idade – 23 anos – já tem vários prêmios em seu currículo, é um dos concorrentes no Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba, que começou na última quinta-feira. Ele participa com dois trabalhos: o filme Ocaso, incluído na Mostra Competitiva de Cinema, e o vídeo Hambre Hombre (Fome Homem), que entra na categoria Festival dos Festivais, somente para trabalhos premiados.

Hambre Hombre, realizado durante o curso de Roteiro na Escuela Internacional de Cinema e TV de San Antonio de Los Baños, em Cuba, em 96, foi classificado como Melhor Vídeo Experimental na 22ªJornada Internacional de Cinema da Bahia e obteve o segundo lugar no V Certame de Cinema e Vídeo de Santa Fé, na Argentina, ambos em novembro de 96, além de obter os títulos de Melhor Roteiro, Melhor Vídeo e Melhor Trilha Sonora Adaptada no 20º Guarnicê, Festival de Vídeo do Maranhão, em junho de 97.

Em comum, os trabalhos têm a temática social. Ocaso é uma história de amor e traição ambientada no clima árido do sertão, com fotografia de Altair Paixão e produção de Aline Chaves. É o primeiro filme em película (16mm) de Camilo e já participou de vários festivais, sem premiação. Hambre Hombre, rodado em Cuba e tendo como atores amigos paulistas que faziam o curso de Roteiro, retrata o desconforto social, político e sentimental de um brasileiro auto-exilado em Havana, após a queda do socialismo, a pensar sobre o mundo e sua crise pessoal. O filme teve apoio da Center para sua finalização, com edição de Tuca Maia.

ALMA CEGA

Outro vídeo premiado de Camilo Cavalcanti, Alma Cega, está inscrito para o Festival de Cinema e Vídeo de Hamburgo, Alemanha (espera confirmação na seleção oficial) e Festival Internacional de Curtas Metragens de Vila do Conde, Portugal, que acontecem em junho. O mesmo vídeo já está selecionado para concorrer no 21º Guarnicê, no Maranhão, no mesmo mês. Para o festival alemão, o jovem cineasta inscreveu também Os Dois Velhinhos, que realizou em outubro de 96, em VHS, tendo como protagonistas os próprios avós.

Alma Cega já tem dois importantes prêmios na bagagem, do Festival Nacional A Imagem em Cinco Minutos (novembro de 97) em Salvador, quando ganhou R$ 10 mil da Secretaria de Cultura da Bahia; e o Prêmio Banco do Nordeste de Cinema (dezembro/97), participando do 5º Festival de Vídeo de Terezina, Piauí, em que concorreu com 90 selecionados, recebeu R$ 5 mil e o direito ao lançamento nacional na abertura do Festival de Cinema Nacional do Recife deste ano.

O videomaker e cineasta, utilizou tema e locações do Nordeste na realização de Alma Cega, que tem roteiro, argumento, direção e fotografia de sua autoria. Foi rodado em Bezerros, Pernambuco, durante um único final de semana, em agosto de 97.

LINGUAGEM

“É uma dureza mas vale a pena”, alega Camilo, que faz cinema e vídeo, procurando romper esteticamente com o que chama de banalização da imagem. Em Alma Cega, filmado em preto e branco e narrado na forma de lamento sertanejo, ele apresenta a história de um nordestino desesperado com a seca, que faz um pacto com a família: matar a todos, para que possam ir para o céu. Depois, sem coragem de tirar a própria vida ou encarar a tragédia, fura os olhos, passando a vagar pelo sertão, como profeta.

Camilo Santos Cavalcanti já morou no Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Começou a fazer vídeo aos 18 anos, quando realizou Cálice. Para este ano, espera desenvolver dois projetos: a refilmagem de Os Dois Velhinhos, em película (16mm), com fotografia de Maria Pessoa; e a realização do filme Matarás, em que pretende exercitar o som direto.

Para o elenco de Matarás, Camilo está contactando Telma Cunha, que contracenou com Fernanda Montenegro em Central do Brasil, Flávio Renovatto, Samuel di Santos e Normando Santos. A fotografia será de Marcos Molina.