DON ANTONIO

ROCK HORROR Paulo Rubem Santiago / Arranjo: Don Antonio Procurei e não achei as coisas que eu vi aqui no meu lugar Só encontrei my lover, my friend, meu irmão Coméquié Eu tenho que cantar Só para dizer que ainda sou pernambucano Só conseguiu sair Oh que horror americano Esta família é muito grande Tem parentes por todo lugar Que come muito Paga pouco Meu irmão Coméquié Quem manda é o pai A mãe só se levanta Amanhã de manhã E o dinheiro quem controla Eu sei É o Tio Sam Eu vou correndo lá pra casa Avisar o pessoal Que eles já estão chegando E já tomaram o sul do país Eu tenho que avisar Só para dizer Que não tentei avisar vocês Vou correndo me matricular Num curso de inglês AI DE SI Don Antonio Ai de ti Ai de mim Ai de si. Meu irmão Quero soltar minha paixão Ai de si Leva cinco paga duas, leva três paga De duas ou uma, tu não paga Tu não leva nada Ai de ti Quero soltar meu coração Ai de mim Quero salvar minha paixão Ai de si Quero clamar o mundo são Mundo são, Mundo bão, Mundo não Quero salvar meu coração Sentir um corpo são Corpo cão, corpo não, corpo são Salvar meu mundo sem coração Mundo não, mundo são, mundo bão Quero morrer de sol e não Sentir o beijo de um corpo são Quero morrer sem solidão Ai de si Não sou mais O sonho de uma paixão Ai de si

NAVEAÇÃO Don Antonio A nave maldita sou eu O espaço rodando é vocês Eu rompo barreiras num tranco Quebrando o espaço em pedaços De metal ou de vidro Eu desfaço Só quem cria Sou eu Amado ou odiado eu transformo As idéias num ser de aço Não sou sensato nem normal Sou um palhaço informado De metal ou de vidro Eu desfaço Só quem cria Sou eu MORENAMOR Don Antonio e Eurico Bitu Essa morena tem A pele, a pele, a pele Essa morena tem A pele cor de canela A pele cor de canela Essa morena dor Essa morena flor Essa morena cor Essa morena quando dança Pela casa inteira Deixa todo mundo numa geral bobeira Sem eira, nem beira atrás da morena flor Sem eira, nem beira atrás da morena flor Morena cor Morena flor Morena dor Essa morena quando dança Chama, clama, flama amor DIA DAS MÃES Don Antonio Me lembro do garoto mutilado Com o olhar furtivo Esperando a chegada Da querida mamãe (bis) E ela entrou Trazida em braços desconhecidos E ele Doido varrido Abraçou o tubo de ensaio Dizendo: Opa, cadê mamãe?! Opa, cadê papai?! PARANAMBUCO Don Antonio Na glória de Pernambuco, Falando para o mundo Falando para o mundo, Para o mundo veer Não se esqueça, Ó Pernambucano Aqui foi palco de grandes lutas Daqui saiu o primeiro pau brasil Das terras brasileiras Pela primeira multinacional, A tirar o pau brasil Pela primeira multinacional, A tirar o pau brasil Pau Brasil neles! Pau Brasil deles! Não se esqueça, Ó Pernambucano Aqui foi palco de grandes lutas Daqui saiu o primeiro grito Da república brasileira Olinda, Cidade eternamente maravilhosa De mara, maré, maruim Arrecifes que protegem a terra O verde mar e o pau brasil Recife Veneza brasileira Ex-terceira, atual sexta-feira Futura décima cidade brasileira Recife Se fé tivesse não andava em Ré Se fé tivesse não andava em Ré

Se fé tivesse não andava em Ré

RUA NOVA DO JOSÉ Don Antonio Banana Prata Madurinha, Laranja, Manga Espada Maracujá, já caiu cajá, Ombreira pra guarda-roupa Japonês, Massa de Mandioca Olha a massa! Macacheira, cheira rosa! Leva cinco paga duas, leva três paga De duas ou uma, tu não paga, Tu não leva nada Na rua Nova, Em pleno centro comercial Da cidade do Recife, Capital do estado de Pernambuco Falando para o mundo, Que pretensão É isso mesmo, Que a gente tem no coração Embaré de leite chocolate E dois é mil, Maracujá Já caiu cajá, Já caiu a bolsa da madame Levada pelos pivetes Do mercado de São José Na porta do cinema Glória Por Dona Glória de Seu José Pela glória de Seu José Leva cinco paga duas, leva três paga De duas ou uma, tu não paga Tu não leva nada E você naquela idade De entrar na universidade E sair com aquela idade De estar bem informado E descobrir que chegou num tempo Em que tudo fica pra trás E que agora é que começou A verdadeira universidade Na adversidade Leva cinco paga duas, leva três paga De duas ou uma, tu não paga Tu não leva nada A rua Nova vai passando A gente vai chegando As mulheres rebolando Mantendo os filhos com a bolsinha E você também Vai querer madame Até que chega o pessoal Do departamento competente E leva um, leva dois, leva três Leva você também Massa de mandioca, olha a massa Macacheira, cheira rosa E cheira eu, e cheira tu, e cheira nós Cheira você também Até que chega o pessoal Do departamento competente E leva um, leva dois, leva três Leva ninguém PEIXE NÁGUA Don Antonio Na beira do rio Tinha um peixe solto Na beira do rio Um bocado de gente a olhar O peixe se debatendo Procurando respirar água Na beira do rio Tinha um peixe solto Na beira do rio Até que alguém se lembrou De tomar uma decisão Para o peixe não morrer Bota o peixe na água Que o peixe Quer respirar água Agora vocês me perguntam O que foi que aconteceu Quando o peixe na água bateu Na beira do rio Tinha um peixe solto, Tinha um peixe louco, Na beira do rio BOIADEIRO Don Antonio Vai Boiadeiro Pega a estrada Pega o pasto Que está cedo Vai tangendo a boiada Vai tangendo vai Montando o seu cavalo Vai chegando na beira do rio Tira a roupa E vai tomar o seu banho matinal Eita homem tão feliz Que na porta tudo tem Tudo tem, tem, tem Eu não tenho vintém Tudo tem, tem, tem Eu não tenho vintém Ê boi! IACOCA?! Comprou café, José? Não comprei, não senhor! Comprou feijão, João? Não comprei, não senhor! Comprou gibi, Baby? Não comprei, não senhor! Ia coca-cola? Pela avenida João Pela rua José Pela praça Baby A tomar coca-cá A comprar cola-lá A tomar coca-cá A comprar cola-lá Coca da boa, é de côco! Seu mané… A CIGARRA Don Antonio Eu quero, morrer Cantando até estourar o pulmão Feito uma cigarra vadia Anunciando o verão Comendo do lado daqui Bebendo do lado lá De qualquer jeito Comendo do lado dali Feito uma cigarra vadia Anunciando o verão Cai no balanço, ó menino Caia no frevo, rapaz O povo todo esperando O carnaval que vem ai, por trás Esperando você poraqui Pra você emburacar Nesse frevo danado Que é muito bom de dançar Que é muito bom de cantar Que é muito bom de pular CANTAROLANDO Don Antonio Essa cantiga que eu canto E que foi feita pra você Não é o bastante, ó menina Não é o bastante pra cantar, balançar, sonhar com você Pois é preciso conhecer uma receita de qamor Para fazer essa menina Me amar E então vou conseguir, O coração dessa menina Só vai ser para mim Com a menina vou dançar E balançar e vou cantar para sempre Esta canção ALAZÃO
Eurico Bitu e Don Antonio

O teu corpo enxuto lembra A mata desfolhada Pelo sol do meu sertão Muita poeira na estrada Trazida com o caminhão Lembra o riacho correndo Os seixos rolando no chão Lembra tudo que é quente Como esse sol inclemente Queimando, torrando o chão A lembrança que guardei Trago no meu coração Eu quero você encourada Pra correr na vaquejada Montando meu alazão O cavalo mais ligeiro Que já deixou para trás Carro jipe e caminhão E no dia em que eu me arretá Boto pra trás o avião E por outro lado a chuva Como única salvação Que finalmente chega Depois de muita oração E com ela a alegria Raio, relampo e trovão E tudo fica verdinho Melhora a situação Bumba meu boi, Liliô, Bumba meu boi, Liliá , Bumba meu boi Mas bonito o boi No aboiá

URSO MALUVIDO Letra e música: Fred Monteiro Toma cuidado com o urso Maluvido ele é sabido, quer entrar na tua casa se eu fosse tu, ficava desconfiado enquanto tás trabalhando o urso tá mandando brasa Segura o urso, caçador segura o urso, segura o urso bota o urso pra beber Dá cana ao urso, caçador dá cana ao urso pois urso bêbo não tem força pra comer TIA LUZIA Sady Vai lá tia luzia Falar cumadre maria Vai lá tia luzia Falar cumadre maria Todo troncho, Todo torto Todo vivo, Todo morto Essa roupa de doutor Esse dinheiro no bolso Um chapéu de fazendeiro Com bigode de engenheiro Vai lá tia luzia Falar cumadre maria Vai lá tia luzia Falar cumadre maria Todo troncho …. Vaqueiro sacrificado Pisado e maldiçoado Que nem vive de passado Que nem vive de futuro Só com a barriga cheia Acompanha o presente Vai lá tia luzia Falar cumadre maria Vai lá tia luzia Falar cumadre maria Todo troncho, Todo torto

Todo vivo ,Todo morto