Festa para Manoel Bandeira

Festa para Manoel Bandeira

Mafuá do Malungo comemora a data de nascimento do poeta

A casa de número 732 da rua Ventura, atual Joaquim Nabuco, nas Graças, onde Manuel Bandeira nasceu em 19 de abril de 1886 está em festa hoje. Tombada pelo Patrimônio Histórico, é lá o endereço do restaurante Mafuá do Malungo, que preparou um evento especial para comemorar a data de nascimento do poeta.

A homenagem começa, a partir das 19h, com um recital da estudante de jornalismo e atriz Margot Dourado e o lançamento de um painel produzido pelo artista plástico George Barbosa. Dourado vai recitar três poemas, procurando situar as poesias no tempo em que foram escritas, além de apresentar a biografia de Manuel Bandeira.

Primeiro, ela recita Evocação do Recife, feito pelo poeta pernambucano em 1925, a pedido do sociólogo Gilberto Freire e que faz parte do livro Estrela da Vida Inteira. Em seguida apresenta Novent€anos, uma poesia feita por Carlos Drummond de Andrade para Bandeira e, para fechar o recital, volta à obra do homenageado, com Último Poema.

Evocação do Recife também está no painel de George Barbosa. É um óleo sobre madeira de 2,75 x 1,22 metros, onde o artista retrata com pincéis e cores fortes a poesia de Manuel Bandeira na tela. A exemplo do poema, o quadro traz as situações vividas pelo autor, em sua infância, na rua da Aurora além de outros símbolos dessa época.

“Fiquei muito honrado com o convite dos proprietários do Mafuá do Malungo, em participar da homenagem a Manuel Bandeira, pois é muito difícil fazer uma pintura em cima de um poema que remonta a um tempo passado. “O bairro de São José, de Santo Antônio e a rua da Aurora de que ele fala no poema, por exemplo, não são mais as mesmas da sua época”.

A proprietária do Mafuá do Malungo, Suzana Carneiro da Cunha, diz que o objetivo de solicitar a obra a George Barbosa, foi uma forma de mostrar aos visitantes do restaurante a poesia de Manuel Bandeira retratada nas artes plásticas, “principalmente Evocação do Recife, que tanto fala da nossa cidade”. O painel ficará no restaurante em exposição permanente para os clientes.

MALUNGO

A expressão Mafuá do Malungo vem do homônimo livro de poesias, escrito por Manuel Bandeira, em 1948. Segundo o dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, mafuá quer dizer feira, ou parque de diversões com barracas, jogos, carrosséis e outros. Já malungo é camarada ou companheiro. Na casa, hoje restaurante batizado com o nome de uma das suas obra, Manuel Bandeira morou por quatro anos, indo depois, com seus pais para o Rio de Janeiro e em São Paulo.

Seis anos depois volta ao Recife e passa a morar na casa de número 263, na rua da União, atual Espaço Pasárgada. Em 1896. a família de Bandeira transferi-se, definitivamente, para o Rio de Janeiro, onde ele morreu no dia 13 de outubro de 1968.

Mas, em crônica, escrita em 1958, o poeta disse que os quatro anos da sua infância no Recife “formaram a medula do (seu) ser intelectual e moral”. Mais adiante afirmou: “sou pernambucano na maior densidade do meu subconsciente’. Entre as suas obras estão: A Cinza das Horas (1917), Carnaval (1919), O Ritmo Dissoluto (1924), Libertinagem (1930), Estrela da Manhã ( 1936), Lira dos Cinquent’anos (1940) e Belo (1948).

SERVIÇO

Evento em comemoração à data de nascimento do poeta pernambucano Manuel Bandeira (19 de abril)
Hoje, a partir das 19h
Local: restaurante Mafuá do Malungo
Rua Joaquim nabuco, 738 – Graças (2313488). Entrada franca

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