JORNAL PERNAMBUCANOS IMORTAIS

Por Don Antonio

Seguinte: A situação de Portugal não estava nada boa. O pessoal de lá estava exigindo a volta de D. João VI para colocar um fim na bagunça, mas desde que se fizesse uns ajeitadinhos na constituição de então, cortando poderes do imperador e dando mais poderes, é claro, aos deputados. D. João VI deveria estar cismado com essas coisas de Portugal e não se sentia muito à vontade para voltar para Lisboa, afinal, as terras de cá eram muito boas demais, as mulatas, as escravas servis servindo para “aquelas coisas”, assim, era mesmo melhor ficar por aqui. Mas vai de lá, vem de cá, teve uma idéia arretada: mandava o filho D. Pedro I, um chato de aborrescente que estava enchendo o saco do véio. Assim, contentava a nobreza e os aristócráticos mandões de lá. Porém o pessoal de Lisboa não achou graça na idéia, queria por que queria D. João VI, e este ainda tentou fazer algumas alterações, editando umas leis para acomodar os interesses políticos e sociais, dando mais poder é claro à Portugal. Na verdade, tratava-se de uma colonização às avessas. O Brasil perdia o prestígio de ser a base do império, ou seja, voltava a ser uma reles colônia.  Bem. O pessoal daqui não achou graça também e teve que se contentar com a capitulação de D. João VI, resolvendo ir para Portugal deixando D. Pedro I aqui, que achou a idéia ótima! Porém, contudo, entretanto, todavia, a aristocracia daqui, militares e clero, a maioria portuguesa, queria mais poder. E a confusão se instalou. Portugal estava mandando a conta para o Brasil e D. Pedro começou a engolir sapos. Ai, Dom Pedro I pensou cá com os botões dele: Fazer uma mini-independência, ou seja, nem tanto lá, nem tanto cá. Uma espécie de uma grande província autônoma. Mas no meio do caminho tinha uma pedra, ou melhor dizendo, tinha Pernambuco, que já liderava o nordeste que um dia iria surgir: os donos de engenhos, militares e clero (eita turma braba!) estava desconfiado dessa briga com Lisboa, pois D. Pedro I, como D. João VI, estava esquecendo o nordeste, ou seja, Pernambuco, Rio Grande do Norte (a Paraíba ainda era de Pernambuco). Isso quer dizer que tanto D. João VI como D. Pedro I estava pra lá dos mares dantes navegados precoupado com Pernambuco. Aliás, eles mandava para cá, os líderes que os incomodavam na corte. Vou encerrar dizendo que desde essa época que começou o descaso com o nordeste (leia-se Pernambuco), entendeu? Agora façamos um jogo: mude os nomes de D. João VI e D. Pedro I e troque por todos os governantes do Brasil, vai dá o mesmo: a cara dum, focinho d’outro. Ou eu estou errado? (Don Antonio)