::::: Literatura virtual : 10 contos de rés :::::

Não, não foi fácil. Tudo começou quando eu queria escrever e não sabia como. Um amigo, escritor de teatro, Alcides do Ó, autor da comédia encenada pelo Tucap(Teatro da Universidade Católica de Pernambuco) EVA SEM ADÃO, me deu uma dica a pedidos (e com um certo constrangimento da parte dele): “Assuma um compromisso de escrever diariamente uma ou duas laudas”. Dito e foi feito! Numa velha máquina semiportátil Triumph, alemã, chegava no trabalho (lá pelos idos do começo da década de 70) e escrevia duas laudas em espaço 2, quase todas as noites. Depois de alguns meses eu tinha um calhamaço considerável.  Um dia, faço uma seleção prévia e consigo separar o melhorável: umas cincoentas laudas de mais de uma centena. Entrego a Alcides do Ó, que me devolve o texto dias depois com uma recomendação-súplica: “Espero não ter perdido um amigo. Só gostei disso aqui” e me entrega cerca de umas vinte laudas e ainda com alguns trechos assinalados… Não perdi um amigo e achei ótimo; afinal, tinha alguma coisa que prestava! Assim, saiu o meu primeiro livro de poemas: IDISSÉIAS, com cerca de 24 páginas mimeografadas e que me abriu o caminho para a profissão de Programador Visual. Depois editei o folheto SHAZAM, a primeira edição de BOI-BUMBÁ, os POEMAS EROTICUS (que me deu um enquadramento na Lei de Segurança Nacional) e uma segunda edição de BOI BUMBÁ, revista e aumentada. Escrevia também a minha primeira peça: NO POÇO DAS ÁGUAS PERFUMADAS, coletânea dos meus melhores textos mas que continuou inédita, graças a Deus… No começo da década de 80 comecei a escrever uma adaptação para o teatro de uma das minhas leituras preferidas: A Revolta dos Bichos, de George Orwell, mas no meio do caminho acabou saindo a comédia política “ESQUERDA, DIREITA, VOLVER!”, que produzi em 1982, com direção de José Lopes. No mesmo ano e num mesmo dia, escrevo “O MANIPULADOR”, a partir de uma notícia publicada na VEJA sobre uma experiência feita com um cérebro humano e que “viveu” fora do corpo durante algumas horas. O texto foi reescrito a partir de uma crítica construtiva do ator e diretor Joacir Castro. O também ator, produtor e diretor Henrique Amaral (que fez o papel do General em Esquerda, Direita, Volver) encenou-a no início da década de 90.  Escrevi ainda UM RAPAZ DE FAMÍLIA (ou Chama, Chama, Ninguém Atende), comédia para um ou mais atores (escrita para Germano Haiut e Paulinho Mafe), continua inédita e AMBIENTE FAMILIAR, comédia de equívocos, incompleta (perdi o pique de terminar). Em 1994 e 1995, escrevi, montei e dirigi as peças “BRASIL À VISTA” e “COMÉDIA DA VIDA ADOLESCENTE”, com o Grupo de Teatro GEO.  Fiz uma nova versão de Esquerda, Direita, Volver, trocando os títulos (à maneira dos políticos…): DIREITA, ESQUERDA, VOLVER!, ainda inédita. “10 CONTOS DE RÉIS” é uma coletânea dos melhores contos, publicados em jornais e revistas locais, alguns inéditos. “NO TEMPO EM QUE MEU TEMPO FOI” está sendo escrito como um livro de ensaios sobre as décadas de 70 e 80, onde narro vários fatos e atos ocorridos durante a militância cultural, artística e política daqueles períodos, gosto dizer que ou é uma biografia ficcionada ou uma ficção biográfica.


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