André Vidal de Negreiros, nasceu no Engenho São João, Capitania da Paraíba, em 1606 (século XVI). Filho dos proprietários do engenho Santo André alistou-se no exército português que lutava na Bahia contra os holandeses da Companhia das Índias Ocidentais. Quando esses ocuparam a Paraíba, foi dos poucos a não pactuar com a invasão e, para enfrentá-la, incendiou canaviais do próprio pai. No contexto das invasões holandesas do Brasil (1624-54) tomou parte com grande bravura em quase todos os combates contra os holandeses quando da invasão de Salvador na Bahia (1624), voltando a se envolver no conflito participando de todas as fases da Restauração Pernambucana (1645-54), um dos melhores soldados de seu tempo, contra os holandeses, foi nomeado Mestre-de-Campo, notabilizando-se no comando de um dos Terços do Exército Patriota, nas duas batalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649. Um dos líderes da então da Restauração Pernambucana, em torno da qual se baseia a nação brasileira constituída por brancos, mamelucos, índios e negros, para preservar as riquezas aqui constituídas. Encarregado de levar ao rei D.João IV (1640-56), a notícia da expulsão dos holandeses, foi condecorado pelo soberano na ocasião. Por seus feitos foi sucessivamente nomeado Governador e Capitão-Geral da Capitania do Maranhão (1655-56), da Capitania de Pernambuco (1657-61), de Angola (1661-66) importante centro fornecedor de escravos africanos para o Brasil.e, novamente, de Pernambuco (1667). A insurreição pernambucana iria ter em Vidal de Negreiros, daí por diante, uma de suas principais figuras de chefe e inspirador. Promovido a mestre-de-campo, depois que conseguira chegar a Salvador cruzando cerca de 400 léguas de terras dominadas pelos holandeses, foi enviado a Pernambuco pelo governador-geral do Brasil, Antônio Teles da Silva, em funções de guerra. Teve participação ativa nas duas batalhas dos Guararapes. Na primeira batalha, comandou no início do combate a reserva, que entrou em ação na segunda metade da luta. Seu ataque foi decisivo para a vitória brasileira. Em seguida à rendição final dos holandeses, em 1654, coube a Vidal de Negreiros a tarefa de levar a notícia da vitória à corte de Lisboa. Volta de Portugal condecorado pelo rei, Dom João IV, e em seguida é nomeado governador-geral do Maranhão e do Grão-Pará. De 1657 a 1667, ocupou por duas vezes o governo de Pernambuco (1657-61 e 1667) e o de Angola, na África (1661-66). Na primeira Batalha dos Guararapes, comandou o contra-ataque que decidiu a peleja; na segunda, investiu contra o inimigo pelos flancos e pelas alturas com tanto destemor que lançou, em pouco tempo, a maior confusão e pavor entre os flamengos. Teve também a responsabilidade de receber os emissários do comando holandês em 1654, quando se decidiu negociar a rendição geral do invasor após quase 25 anos de lutas.
Após seu falecimento em Goiânia, no Engenho Novo da Vila de Goiana, Pernambuco, em 1680, teve os restos mortais transladados para a Igreja dos Prazeres, nos Montes Guararapes, vizinhanças do Recife.
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