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Matias de Albuquerque

MATIAS DE ALBUQUERQUE Conde de Alegrete – 14º  Governador-Geral do Brasil Herói de Dois Mundos

Provavelmente nasceu em Olinda, em 1595, e faleceu em Lisboa em 1647. Matias de Albuquerque Coelho, filho do terceiro donatário de Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho e de Dona Ana de Menezes, foi batizado com o nome de Paulo. Após a morte de seus pais, adotou o nome de Matias, ao receber a fortuna do Capitão-mor Matias de Albuquerque de Chaul e Ormus, vice-rei da Índia.

Seu bisavô foi o navegador Gonçalo Pires Coelho, comandante da primeira expedição exploradora no Brasil, e seu avô paterno, Duarte Coelho Pereira, primeiro donatário da Capitania de Pernambuco. Ainda adolescente, sentou praça no Exército Português, no Regimento Geral das Ordenanças. Pouco depois, recebeu o hábito da Ordem de Cristo. Foi designado para a histórica praça-forte de Ceuta, localizada no norte da África. Próximo a essa cidadela, teve seu batismo de fogo e participou de muitas expedições. A notícia de que a Companhia das Índias Ocidentais planejava invadir o Brasil mudou seu destino. Matias de Albuquerque foi designado para planejar e executar a defesa da capitania de Pernambuco, como capitão-mor e lugar-tenente do donatário. Durante os primeiros anos de atividade administrativa, Matias coibiu abusos e buscou recuperar o poder donatarial. Recuperou os caminhos terrestres e iniciou a reforma de vários ancoradouros fluviais. Melhorou, ainda, o relacionamento com a Igreja e com as missões indígenas. No campo militar, além de dar ênfase à instrução das milícias, cuidou das fortificações, modernizando-as e artilhando-as, de forma a aumentar seu poder de combate. Determinou, ainda, a construção de pontos-fortes em locais estratégicos. No ano da invasão holandesa, o Brasil era governado por Diogo de Mendonça Furtado – primeiro capitão-geral do Brasil. Tendo caído prisioneiro em 1624, o governador-geral foi substituído por Matias de Albuquerque – governador de Pernambuco, respeitado por seus méritos militares e administrativos. Ao planejar a resistência, Matias se convenceu que arrebanhar recursos, enviar reforços e preparar a defesa do restante do território seria mais útil que uma retirada em direção à cidade de Salvador. Prosseguiu, com mais ênfase, no programa de treinamento militar previsto no seu plano de defesa territorial. Na etapa seguinte, planejou a mobilização da população civil. Todos os cidadãos aptos foram arregimentados. Providenciou, ainda, fluxo regular de suprimento para os defensores, por meio de sistema de transporte que utilizava os caminhos terrestres que cruzavam as quase despovoadas regiões de Alagoas e Sergipe. Entre 1627 e 1628, Matias de Albuquerque permaneceu em Madrid e Lisboa, tratando dos negócios brasileiros. Em 1629, devido à nova ameaça holandesa, foi nomeado, por D. Felipe IV, Superintendente da Guerra da Capitania de Pernambuco, Visitador e Fortificador das Capitanias do Norte. Com os meios de que dispunha, Matias procurou ativar a defesa recuperando os dois pequenos fortes da entrada do porto do Recife – o de São Jorge ou de Terra e o de São Francisco da Barra, do Mar ou Picão. Deu início à construção das trincheiras do rio Tapado e do rio Doce. Posicionou uma bateria na Barreta (Pina) e organizou um sistema de comunicação por meio de fogueiras. Durante a invasão de Pernambuco, bloqueou a entrada do porto do Recife, afundando e incendiando oito navios. Construiu o Arraial do Bom Jesus que, por cinco anos, deu combate aos invasores. Desse local eram lançadas as companhias de emboscadas, que obrigaram os holandeses a incendiar Olinda, por não terem condições de sustentá-la. Organizou o 1º Corpo de Soldados, os terços dos “henriques”, assim denominados em homenagem ao seu chefe, Henrique Dias, e os dos índios de Felipe Camarão. Mandou construir, ainda, o Forte de Nazaré, guarnecido com o terço de napolitanos de João Vicente São Felix (Conde Bagnoli). Inconformado pela consolidação do domínio holandês, retirou-se para Alagoas e, daí, para o reino, onde foi responsabilizado pela perda de Pernambuco, localidade que, mais do que qualquer outro, soubera defender. Preso e processado, não foi, entretanto, sentenciado. Com a restauração da monarquia portuguesa, em 1640, Matias de Albuquerque foi posto em liberdade e colocou sua espada experiente a serviço de D. João IV. Nomeado Governador das Armas do Alentejo, demonstrou toda sua bravura e valor na Batalha de Montijo. Esse combate consagrou-o como um grande general do seu tempo. Como reconhecimento pela vitória alcançada em Montijo, D. João IV proclamou-o Conde de Alegrete.

Matias de Albuquerque – herói de dois mundos – foi o defensor da integridade territorial da pátria de seu pai e da terra em que nasceu. Seu princípio de vida era a lealdade: “Tem Vossa Majestade a seus pés o mais leal vassalo que pode desejar”.

Fonte: www.exercito.gov.br