A Prefeitura do Recife, independente do alcaide de plantão ou das suas cores políticas, tem sempre relegado o bairro do Recife a segundo plano, especialmente na atual gestão, onde dezenas de empreendimentos foram fechados, com o estado de abandono em que se encontra a localidade.
O projeto de lazer, cultura e turismo que tentaram empreender no bairro do Recife, erroneamente chamado de Recife Antigo, nasceu de um equívoco conceitual: dar atenção exclusivamente ao segmento de A&B (Alimentos e Bebidas), deixando em segundo plano a Cultura.
Claro que vão dizer que no início tinha uma programação cultural intensa, noite daquilo, noite disso, mas um centro que se pretendia virar um polo fracassou, haja visto que no período em que foi implantado o então Polo do Bairro do Recife Antigo, foi criado também o Polo do Pina, que fracassou completamente, com a migração de alguns bares para o Recife Antigo (como o Pina de Copacabana, já fechado).
Se os radicais de plantão vão começar a protestar, basta fazer uma leve comparação com um outro polo de turismo, lazer e cultura que foi criado em Salvador, o Pelourinho, projeto mal copiado em Recife.
Esqueceram os Edis de dotar o tal polo de gente! Sim, de gente. De muiltiplicidade, pluralidade, diversidade, ou, para usar a palavra da moda tão a gosto dos técnicos: inclusão cultural.
Pois o Pelourinho em Salvador, vive diuturnamente, pois lá estão alojados as principais atividades artísticas e culturais da Bahia, criando-se vários pequenos centros de eventos (idéia infernal: derrubaram todos os fundos de quintais dos prédios e fizeram três paços para shows!).
E vamos falar que tem agências bancárias, teatros, museus, centros de atividades culturais, fazendo com que o Pelourinho 24 horas.
Eu não estou louvando os baianos, apenas lamentando a falta que faz uma política cultural que englobe o turismo, o lazer e a cultura num segmento só, agilizando e dinamizando o bairro do Recife.
Curiosamente, enquanto a Rua do Bom Jesus e o entorno da Praça Artur Oscar vai minguando, o lado da rua da Moeda vai crescendo, por causa do shopping center Paço Alfândega.
É bom falar que os empresários do setor também são culpados, por que a nossa cultura manda dizer que temos que ter apoio de papai e mamãe estado. Nem tanto o céu nem o mar.
Agora, deixamos de bla bla bla e venha conhecer o pouco da história do bairro do Recife (clique aqui) e as fotos antigas.
O NOSSO ARCO DO TRIUNFO!
E, para encerrar, um idéia audaciosa, que, se eu fosse o prefeito, iria mandar refazer. Paris não tem o Arco do Triunfo, tão bonito e elegante? Pois poderíamos ter o nosso ícone, o Arco da Conceição, que ficaria no local de origem (pesquisado pelo arquiteto José Luiz da Mota Meneses, que acho que sonha com isso), na cabeceira da ponte Maurício de Nassau. Sim, o trânsito teria que ser desviado, e daí?
O arco era uma das portas que cercava o povoado do Recife no século 17. Ficava na cabeceira da atual Ponte Maurício de Nassau, no Bairro do Recife Pesquisa realizada pelo arquiteto José Luiz Mota Menezes resgata o Arco de Nossa Senhora da Conceição, uma das portas que cercava o povoado do Recife no século 17.
O arco, construído em substituição à Pontpoort (Porta da Ponte, que fazia parte do sistema de defesa do casario no período holandês) ficava na cabeceira da atual Ponte Maurício de Nassau, no Bairro do Recife. Especialista em evolução urbana, ele fez a reconstituição da porta em desenho, com a proporção entre as medidas e distâncias do mapa e as distâncias reais correspondentes. Edificações existentes em redor também estão identificadas.
Para reconstituir a porta, José Luiz Menezes, professor do mestrado e do doutorado em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), utilizou mapas do Recife de 1648, 1768, 1878 e 1932. No trabalho, ele localiza o arco entre o Cais da Alfândega e o Cais do Apolo. Segundo ele, uma escavação arqueológica poderá encontrar as bases da porta sob o asfalto. “Pode-se resgatar o alicerce e fazer a marcação da porta no chão, com tijolos diferentes, sem atrapalhar o trânsito. Seria curioso para a população e visitantes”, sugere.
(CONTINUA)