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Segundo o nosso colaborador e historiador Carlos Bezerra Cavalcanti, no seu livro O Recife e seus bairros(1), tudo começou naquele pedaço de terra que virou um ancoradouro e por onde escoava toda a produção de Pernambuco.

O bairro de São Frei Pedro Gonçalves, depois Arrecifes dos Navios ou Bairro do Recife (ou Recife Antigo, hoje) era protegido do mar pela couraça protetora dos arrecifes.

Os embarques de pau-brasil e do açúcar determinaram suas primeiras construções. Vieram as feitorias, depois os fortes(2) garantindo a defesa da cidade.

Recife, em 1600, era uma estreita lingua de terra com cincoenta passos de largura, isto contando alguns terrenos, como dizia Francisco Brito, escritor da época (obra citada).

Mas foi Maurício de Nassau que deu uma injeção de progresso vivenciando um crescimento urbano com radicais transformações no eixo Olinda-Recife.

Em 1631 eram muitas as dificuldades para se conseguir alojamento no Recife, lançando-se mão de todos os expedientes para atender a demanda de habitação. Assim, eram construídos salões e sobrados em cima dos armazéns, pois não vamos nos esquecer, o bairro do Recife era uma localidade portuária, com uma grande densidade demográfica, uma das maiores do mundo.

Habitava esta lingueta de terra, com 10 hectares, uma população nunca inferior a 2.700 pessoas, 27 mil por quilômetro quadrado.

As construções primitiva “ribeira do mar” eram caóticas, sem planejamento nenhum, conforme a conveniência de cada um. Somente depois de 1630 eram foram disciplinadas, contando o povoado nessa altura, cerca de 15 ruas, uma praça e vários becos. As ruas eram estreitas salvo a rua do Bode (Rua do Judeus, hoje Rua do Bom Jesus), que era longa e larga.

Depois, com os aterros, em direção ao sul e em seguida para o norte, o bairro cresceu para 750 mil metros quadrados.

Quando os holandeses foram expulsos em 1654, o bairro do Recife já contava com 300 prédios: a Igreja do Corpo Santo, a Cadeia, a Casa da Câmara e alguns armazéns.

O bairro foi crescendo, tornando o porto obsoleto, os navios aumentavam em quantidade e tamanho, até que finalmente em 1908, começou a urbanização do porto.

As obras foram iniciadas em 1909, a Sociedade de Construction du Port de Pernambuco instala os escritórios, armazéns e galpões, aterrando-se ao longo do velho cais outros trechos, para neles surgirem os arcabouços metálicos dos novos armazéns.

E começa a desaparecer o passado: O Forte do Picão, a praia do Brum, o Trapiche, os casarões antigos, a Igreja do Corpo Santo, os Arcos…


Cena da reforma do porto, casarões derrubados, novas ruas…

E assim surgiu o hoje bairro do Recife Antigo, com os seus prédios modernos do começo do século 20, hoje apenas uma lembrança e um descaso das autoridades municipal e estadual com a nossa história.

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