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Comunicação

Coroné Ludugero

Na foto acima, Irandir Costa e Luiz Jacinto, da dupla Coroné Ludugero (Jacinto) e Otrope (Irandir), personagens criados pelo também pernambucano Luiz Queiroga, com incentivo de Hilton Marques e de alguns amigos. Inicialmente o Coroné Ludugero trabalhava sózinho, depois surgiu Otrope.

O Coroné Ludugero tem hoje inúmeros imitadores, com o sotaque inconfundível e original criado por Luiz Jacinto.

Pouco tempo depois, com a atriz Rosa Maria, nasceu a primeira companheira do Coronel, chamada de Dona Rosinha.

No mesmo ano, a atriz, Mercedes Del Prado, dá a vida a personagem Dona Felomena (esposa do Coronel) que, junto ao ator Irandir Costa (Otrópe), formaram um trio humorístico, de simplicidade típica de nordestinos pacatos e puros, inundados de irreverência.

Pouca gente sabe que o Ludugero existiu mesmo…não como um “coroné” típico daquela época, mas, sim um amigo muito engraçado de Caruarú que se chamava Ludugero e o inspirou tal personagem. Inspirados no sucesso destes personagens, surgiram vários outros imitando os tipos, sendo que, reconhecidos por ele: “Coroné Ludrú e Gerômo”, “Coroné Caruá e Altenes” e “Seu Pajeú e Zé Macambira”. E até hoje o personagem do Coronel é homenageado em quadrilhas juninas por todo o nordeste. Ainda em 1963, trouxe o personagem Coronel Ludugero com a sua “trupe” para o Rio de Janeiro onde assinaram contrato com a gravadora CBS e daí surgiram vários LPs que fizeram sucesso nacionalmente, principalmente pela naturalidade dos personagens. Entre eles o de maior sucesso foi o ¨Desquite de Ludugero¨, que bateu recorde de vendas e execuções, nas emissoras de rádio naquela época, até a morte dos artistas Coronel Ludugero e Otrópe, em 14 de março de 1970, num acidente aéreo.

Fonte: Mevinha Queiroga, filha

  

Nascido em 1929, Luiz Jacinto Silva, o famoso Coronel Ludugero, foi escoteiro aos dez anos e estudou no Colégio de Caruarú (hoje Colégio Diocesano), onde concluiu o Curso Ginasial. Começou a trabalhar ajudando o pai a fazer celas de cavalo, mas não seguiu a profissão. Com 12 anos foi parar numa padaria entregando pão e em seguida foi ajudante de pedreiro. Com 16 anos foi para os correios entregar telegramas. Nessa época serviu em São Bento do Una e Serinhaém (cidades de Pernambuco). Aos 18 anos foi morar em Recife, onde fez um concurso para telegrafista. Embora não tenha sido aprovado, foi aproveitado pelos correios porque sabia taquigrafia. Permaneceu no órgão até ingressar na vida artística. Luiz Jacinto Silva, começou sua vida artística no Rádio Clube de Pernambuco, onde fazia o programa das 12:30h sob o patrocínio da Manteiga Turvo. Em 1960 conheceu Luiz Queiroga, que, com o incentivo do radialista Hilton Marques, criou o personagem Coronel Ludugero.  Logo no início, o Coronel Ludugero se apresentava sozinho, mas logo depois, mesma época, conheceu também Irandir Peres Costa (Otrópe). Mas, apesar de muita gente não saber, o personagem de Dona Felomena ser mais conhecido com a atriz Mercedes Del Prado, nos primeiros programas o mesmo personagem era interpretado, com o nome de Dona Rosinha, por outra atriz de muito talento, Rosa Maria. Com incentivo de Onildo Almeida e Nelson Ferreira, iniciou gravações de músicas sertanejas. A primeira foi “Cumbuque de Ludugero” e a segunda “Ludugero Apoquentado”. Juntos gravaram vários discos.  Seu primeiro grande sucesso foi “Se Tivé Mulé” gravada pelo selo Mocambo, do Recife.  O artista gravava também textos humorísticos. Além de Ludugero, Luiz Jacinto interpretava mais dois personagens: Zé Beato, um sacristão puritano e envergonhado (criado por Hílton Marques) e Virgulino (criado por Luiz Queiroga). Em 1964, juntamente com Irandir Costa e Luiz Queiroga, foi trabalhar na extinta TV TUPI, no Rio de Janeiro. Na TV TUPI, participou do programa A E I O Urca, fazendo o personagem Zé Beato. Depois participou da Escolinha do Professor Raimundo de Chico Anísio fazendo Zé Beato e Ludugero. Luiz Jacinto passou a gravar pela CBS do Rio de Janeiro, que fazia a promoção dos seus discos com a Caravana Pau de Sebo, apresentando shows em várias cidades do Nordeste. Entre os artistas que também participavam da Caravana estavam Jackson do Pandeiro, Marinês e Trio Nordestino. Quando morreu, já trabalhava para a Rede Globo. No dia 14 de março de 1970, morre Luiz Jacinto e Irandir Costa, com toda sua equipe, vítima de desastre aéreo na Baía de Guajará Mirim, em Belém do Pará. O corpo de Jacinto só foi encontrado no dia 30 de março e sepultado um dia depois, em Caruarú.

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