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Conjunto vocal e instrumental formado em Recife, PE, em 1926. Era composto por Augusto Calheiros (voz), João Frazão (diretor e violão), o cego Manuel de Lima (violão), e os irmãos João Miranda (violão), Romualdo Miranda (violão) e Luperce Miranda (bandolim). Luiz Américo Lisboa Junior nos explica 1: “O nome do conjunto foi dado pelo historiador Mário Melo, numa referência ao príncipe holandês Maurício de Nassau, governador da província de Pernambuco no século XVII”. Sem Luperce Miranda, em 1927 o conjunto rumou para o Rio de Janeiro. Ali estrearam memoravelmente no Teatro Lírico em grandiosa festa patrocinada pelo jornal Correio da manhã. Com trajes tipicamente nordestinos (lenços no pescoço, chapéus de vaqueiros, sandálias, entre outros adereços sertanejos) cantaram cocos, emboladas, toadas etc, ritmos pouquíssimo divulgados no Rio. Nos espetáculos, o “crooner” Augusto Calheiros sempre apresentava o conjunto com as quadrinhas: Cantamos canções do mato Nem é outra a nossa idéia Dizem que somos de fato Turunas da Mauricéia E referindo-se a si mesmo: Eu só sigo os companheiros Minha vida é a canção Chamam-me Augusto Calheiros O cantor do sertão Sempre com êxito, apresentaram-se por bom tempo na Rádio Clube do Brasil.
Juntamente com Os Turunas Pernambucanos e canções como Luar do sertão e Caboca di Caxangá, de Catulo da Paixão Cearense, os Turunas da Mauricéia abriram espaço para a música regional nordestina no Sul do país. Chegaram até a influenciar a formação de novos conjuntos tal como o carioquíssimo Bando de Tangarás, formado por Noel Rosa, João de Barro, Almirante e Homero Dornellas.
Apesar de vida curta (até 1929), os Turunas da Mauricéia foram um absoluto sucesso, chegando a excursionar pelo Sul do Brasil, Argentina e Uruguai. Gravaram pouco: 17 discos 78 rpm com 34 músicas. Principais sucessos : * A canção da sertaneja, Adauto Belo, 1929 * É boi, Augusto Calheiros, 1929 * Helena, Luperce Miranda, 1927 * Muié teimosa, Augusto Calheiros, 1929 * Oia! Oia! O tombo do ganzá, João Frazão, 1929 * O pequeno tururu, Luperce Miranda e Augusto Calheiros, 1927 * Pandeiro furado, autor desconhecido, 1927 * Pinião, Augusto Calheiros e Luperce Miranda, 1927 Pinião com Augusto Calheiros e Turunas da Mauricéia (1928) * Samba da pesqueira, João Frazão, 1929
1. LISBOA JUNIOR, Luiz Américo. 81 temas da música popular brasileira. Itabuna, BA, Agora, 2000, p. 114.
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