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Nelcy Campos |
Pernambucano ganhará busto da Marinha por ato de bravura1 A Marinha do Brasil homenageará, nesta terça-feira, o cidadão pernambucano Nelcy da Silva Campos. Em 12 de maio de 1985, Campos, num ato de heroismo, evitou uma tragédia ao rebocar para o alto mar o navio-petroleiro Jatobá, em chamas, carregado com 1500 toneladas de gás butano. Atracado no Porto do Recife, a embarcação corria risco de explosão e ameaçava uma área de cerca de cinco quilômetros do Recife Antigo. Como reconhecimento pelo ato de bravura, o Comando do 3º Distrito Naval inaugura, na praça do Marco Zero, o busto do herói. O incêndio num dos tanques de combustível do navio ameaçava se alastrar para outros dois petroleiros e para o parque de tancagem do porto que armazenava fluídos e gases inflamáveis. “Se houvesse uma explosão uma grande área residencial e o patrimônio histórico do Recife Antigo seriam destruídos”, afirma o capitão de fragata e comandante da Escola de Aprendizes de Marinheiro de Pernambuco, José Roberto Bueno Júnior. A solução imediata era afastar o perigo para alto mar.
Diante da situação, o prático da barra Nelcy Campos voluntariou-se para rebocar o navio em chamas. O petroleiro foi conduzido por Campos para um banco de areia em Olinda, distante 10 quilômetros do Porto do Recife. Não houve mortes nem de feridos graves.
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MARINHA INAUGURA BUSTO NO MARCO ZERO2
O prático da barra Nelcy da Silva Campos será homenageado hoje pela Marinha do Brasil por ato de bravura. O Comando do 3º Distrito Naval vai inaugurar, na Praça do Marco Zero, o busto do herói. Em 12 de maio de 1985, ele evitou uma tragédia ao rebocar para o alto mar o navio petroleiro Jatobá, em chamas, que estava atracado no Porto do Recife com 1.500 toneladas de gás butano.
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Uma questão de justiça3 LUIZ AUGUSTO CORREIA DE ARAÚJO* Eu tive o prazer de conviver profissionalmente com Nelcy Campos, o prático já falecido e tardiamente reconhecido como um autêntico herói, graças ao ato que só agora é conhecido pela população do Recife. Não foi o poder político em suas três vertentes (executivo, legislativo, judiciário), mas a Marinha do Brasil, através do Alto Afonso Barbosa, Comandante do 3º Distrito Naval, quem resgatou do anonimato o feito, o fato e nosso modesto herói. Iniciei a minha profissão de prático da barra-e-porto juntamente com Nelcy, em fevereiro de 1965, sendo o nosso porto o terceiro no “ranking” nacional, tanto em volume de carga como no número de navios, precedido por Santos e Rio de Janeiro, por quanto éramos, à época, corredor de exportação do nordeste, do Piauí a Ilhéus, as cargas por aqui passavam, “in and out” no dizer técnico dos brokers, agentes e despachantes! O Jornal do Commercio dedicava uma página inteira ao porto do Recife, com informações diárias das procedências e destinos de navios de todas as bandeiras, cargueiros e paquetes… O responsável pela página era o saudoso jornalista Eunicio Compelo, que, misto de intelectual e boêmio, entre outros feitos, aderiu ao seqüestro no navio “Santa Maria”, perpetrado pelo Capitão Galvão, fato que daria início à queda de Salazar, ditador de Portugal “pela graça de Deus”. Nunca vi, e nem ouvi dizer de alguém com mais disposição e destemor para as coisas da profissão de prático que o nosso herói! De maneira singular e pessoal, fazia com navios o que ninguém ousava, como quando conseguiu girar o navio “Ana Nery”, paquete de 150 metros de comprimento, em frente ao armazém 12 (onde está o seu busto), com a largura da bacia de 160 metros. Para se ter uma idéia mais precisa, o navio entrou no porto até o armazém 12 com a sua proa (frente) para o Sul, e após girá-lo, ficou aproado para o Norte, deixando uma “lazeira” de cerca de cinco metros entre o cais e os arrecifes respectivamente, durante o giro. Enumerar as façanhas do nosso saudoso colega é impossível, pelas incidências e suas qualidades. Viva Nelcy pelo seu feito maior, hoje eternizado em praça pública! Por ter sido testemunha ocular de todo o acontecimento que originou a justa homenagem, me permito trazer à nossa reflexão um esquecimento injustificado, configurado na omissão dos nomes dos que faziam a tripulação do rebocador “Saveiros”, do armador Saveiros & Comuyriano S/A. Foi o mestre Arlindo Rodrigues da Silva, juntamente com os tripulantes do “Saveiros”, que também fazendo parte do quadro auxiliar da Marinha do Brasil, não pensou duas vezes em seguir o prático numa missão suicida. Assim, procederam por vontade própria, sem nenhum tipo de coação ou imposição, levando o rebocador para junto do navio que incendiava, colhendo cabos jogados à água e usando os mesmos na improvisação do cabo de reboque. Assim como foi resgatado o feito heróico do colega Nelcy Campos, uma pequena placa, ao pé do busto recém inaugurado na Praça Rio Branco, relacionando os nomes dos que faziam a tripulação do rebocador Saveiros, fazia justiça ao pequeno esquecimento involuntário praticado na justa e oportuna homenagem levada a efeito. Do alto do pavilhão destinado aos heróis, com certeza Nelcy baterá palmas, como era sua característica, aprovando a inclusão dos também heróis (todos vivos), onde figura Arlindo “Biró”, como carinhosamente o chamava durante as saudosas manobras no Porto do Recife. Navegar é preciso, viver não é preciso…
Tudo isto por uma questão de justiça, Data Máxima Vênia.
*Luiz Augusto Correia Araújo é prático dos portos do Recife e Suape.
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TERMINAL MARÍTIMO GANHA NOME4
O terminal marítimo de passageiros, localizado no Recife Antigo, recebeu ontem o nome do prático da barra Nelcy da Silva Campos. A sinalização do terminal, inaugurado há quatro anos, é uma homenagem ao ato do funcionário que, em 1985, rebocou o navio Jatobá em chamas do Porto do Recife. A solenidade contou com a presença do comandante do 3º Distrito Naval Afonso Barbosa. Segundo a viúva de Nelcy Campos, Luiza Campos, a homenagem fará com que o ato corajoso não fique esquecido no tempo. “Não é todo dia que temos um herói. Ele tinha muito amor ao trabalho”, comentou. O terminal marítimo Prático Nelcy da Silva Campos continuará recebendo eventos culturais, feiras tecnológicas e servindo de apoio para os turistas que desembarcam no porto.
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VINTE ANOS DE HEROÍSMO5
A família do marítimo Nelcy Campos – prático que há 20 anos salvou o Recife de um grave acidente, ao rebocar um petroleiro em chamas para longe do porto – não deixa passar em branco o ato heróico. Seu filho, Nelcy Campos Filho, para lembrar a data, preparou um clipping de notícias de vários anos e distribuiu a jornalistas e amigos. Na madrugada de 12 de maio de 1985, Nelcy – que dá nome ao terminal de passageiros do Marco Zero – comandou o rebocador Saveiro, que levou para longe do parque de tancagem do Recife o petroleiro Jabotá, depois da explosão de um dos tanques.
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1 – Publicado em 28.09.2003 |
2 – Publicado em 29.09.2003 |
3 – Publicado em 31.10.2003 |
4 – Publicado em 29.06.2004 |
5 – Publicado em 13.05.2005 |
onte: Jornal do Commércio
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