Memorial Pernambuco – Cultura, História e Arte

¹ Numa conversa, domingo, 31 de julho de 2005, na Livraria Cultura, com o lançamento da banda Let It Beatles, encontrei Rafles, que era um dos produtores musicais da época, especialmente o Ave Sangria. Ele refrescou minha memória, esclarecendo que primeiro surgiu o Tamarineira Village  cuja dissidência originou o Ave Sangria e, depois, o Batalha Cerrada. Zé Ramalho fazia parte do Ave Sangria (sim, ele andava muito por aqui), junto com Lula Cortez, Paulo Rafael, Dicinho, Israel Semente, etc. (clique no nome do Ave Sangria, para ler mais artigos e entrevistas)

Lailson, integrante do Phetus, anos depois do sucesso de Alceu, me contou (há uns dez anos atrás), que deixara a música para ser confundindo como uns dos seguidores de Alceu. Acontece que o som de Alceu, era o som do Ave Sangria, mas este abdicou do projeto inicial para acompanhar o grupo. Quando Alceu participou de um festival da Globo, na época, o grupo que o acompanhou era quem fazia o seu som. Houve uma divergência e Alceu ficou só. Foi o fim do Batalha Cerrada, Ave Sangria, Marco Polo, Lailson etc. Ninguém queria se passar como “seguidores” ou “influenciados” pelo som de Alceu. Não existia o som de Alceu.

Outro esclarecimento de Rafles: no Parto, a música cantada por Licar, “Seu Valdir”, que muitos pensavam ter sido escrita por Marco Polo para o jornalista Valdi Coutinho, e, que, também, a gente pensava ser uma música “gay”, foi um equívoco. Licar cantou “Seu Valdir” que estava justamente proibida por ser considerada uma apologia musical, e foi admoestado pela censura federal, no dia seguinte. Segundo Rafles, a canção foi escrita originalmente para um show com Marília Pêra e deveria ser cantada por uma mulher! Por isso, soava “estranho” Licar cantar :”Seu Waldir o senhor/ Machucou meu coração/ Fazer isto comigo, seu Waldir/ Isto não se faz não… Eu quero ser o seu brinquedo favorito/ Seu apito/ Sua camisa de cetim…” (Don Antonio)