Memorial Pernambuco – Cultura, História e Arte

FOLCLORE PERNAMBUCANO

Outras manifestações folclóricas

Acorda Povo | Bumba-Meu-Boi | Cavalhada | Ciranda
Coco | Dança de São Gonçalo | Incelênça | Mamulengo
Vaquejada | Violeiros | Xangô | Xaxado

Acorda Povo / Bandeira de São João:
“Acorda Povo” é uma tradicional procissão, com danças e cânticos, às vezes profanos, que conduz a bandeira de São João Batista ao som de zabumbas e ganzás. Seu inicio é quase sempre a partir de zero hora e vai até o dia clarear.
Bumba–Meu–Boi:
O Bumba- Meu- Boi é um dos espetáculos populares nordestinos. É praticado em arena, onde o público em pé forma a roda e vai se fechando em torno dos intérpretes no qual os papéis femininos são desempenhados por homens vestidos de mulher com uma orquestra composta de zabumba, ganzá e pandeiro.
Cavalhada:
A cavalhada é uma reminiscência dos torneios da Idade Média. Como folguedo popular, a cavalhada é um torneio equestre onde os cavaleiros procuram demonstrar sua habilidade. Começa com manobras em círculos, rodopios e outros figurados. Depois tem lugar a manobra de guerra e jogo de argollinhas.
Ciranda: Embora a sua origem não se restrinja ao litoral, a Ciranda é uma dança típica das praias, mais exatamente naquelas do litoral norte de Pernambuco. No começo, ela era dançada nos locais populares, como a beira da praia, os terreiros de bodega e pontas de rua.  As pessoas que participavam da ciranda eram trabalhadores rurais, pescadores, operários de construção e a gente do povo. Nas demais regiões do país, esta dança é considerada como uma brincadeira de roda infantil, dançada exclusivamente por crianças.  No nosso Estado, porém, é um folguedo original, misto de dança e brincadeira, participando dela, sem distinção, homens, mulheres e crianças, não existindo limite de pessoas; elas vão chegando e entrando na roda sem cerimônia e da mesma forma, saindo quando estão cansados. Se a roda fica muito grande, dificultando sua movimentação, informalmente forma-se outra roda no seu interior, sendo o único objetivo, a alegria de seus participantes, que são chamados cirandeiros.

Existe também a figura do Mestre, que fica no centro da roda e tem a responsabilidade de iniciar a Ciranda, comandar a animação e manter a ordem, utilizando um apito que fica pendurado no seu pescoço, sendo o integrante mais importante do folguedo é o seu nome que a identifica, como a do Baracho, que comandou durante muitos anos a Ciranda de Abreu e Lima, a de Dona Duda, na praia do Janga e a muito famosa Ciranda da Lia, que nasceu nas alvas areias da Ilha de Itamaracá, litoral norte de Pernambuco, O “dono da ciranda” geralmente é um pequeno comerciante, que promove a dança em frente de seu estabelecimento, arrecadando dinheiro para o pagamento do Mestre, com a venda de comes e bebes ao público que participa da apresentação. 

O instrumental básico da Ciranda são o ganzá, o bombo e o caixa, mas podemos encontrar também o pandeiro e a sanfona. 
As músicas podem ser as já tradicionais, as improvisadas utilizando temas amorosos, políticos e de futebol e as canções comerciais mais populares, transformadas em ritmo de Ciranda.

Os passos da dança são muito simples, sendo os mais conhecidos a onda, o sacudidinho e o machucadinho e é muito comum que qualquer turista que queira entrar na roda, dançar sem a menor dificuldade. 

As Cirandas mais famosas e conhecidas dos turistas que visitam o nosso Estado são as dançadas à beira da praia, na cadência dos passos dos cirandeiros, com roupas leves, pés descalços, harmonizando a música com o balanço das ondas do mar. Nestas férias, você, que não conhece o nosso Estado, tem muitos motivos para vir por aqui, além do sol maravilhoso, da nossa brisa suave e das águas mornas do mar. Venha dançar conosco uma Ciranda, na beira da praia, à luz do luar. 

Coco:
É uma dança popular pernambucana, originária das praias, vindo daí sua denominação. 

A maioria dos folcloristas concorda que ele foi um canto de trabalho dos tiradores de coco e só depois transformou-se numa dança típica de praia, devido à vegetação de coqueiros encontrada nesta região. 

A princípio, era dançado em roda formada com pares, acompanhando a cadência de ritmos especiais, quando os participantes cantando, trocavam umbigadas com seu par e a moça do par vizinho em movimentos bem sincronizados.  O Coco sofreu várias alterações, a partir do surgimento do baião nas caatingas nordestinas, sendo criado então o Coco de Visita, que também é dançado em roda de pares. 

O cantador de emboladas, também chamado tirador, é quem anima a festa, iniciando a cantoria quando dois ou três pares saem da roda para o centro e dançam sacudindo e trocando umbigadas entre si. 

Depois se colocam na frente de outros pares da roda com quem também trocam umbigadas, enquanto os “visitados” se dirigem para o centro, dançando e sapateando. Esta modalidade de Coco desapareceu e hoje os pares não mudam e não trocam umbigadas. 
Dançam dia e noite, com sapateado forte, como se pisoteassem o solo em uma aposta de resistência.

O Coco é guiado por um canto especial e um ganzá, que é uma espécie de maracá de flandre. 

A embolada que anima a dança do Coco é um canto, improvisado ou não, comum nas praias e no sertão e tem como característica, a sextilha e o refrão típico que, quando dançada, chama-se Coco de Embolada e os seus participantes, que podem ser homens, mulheres e crianças, sem distinção de classe social, podem passar a noite inteira, cantando e dançando. 

O Coco se popularizou e atingiu os salões de dança no nosso Estado, através da “coquista” Dona Selma do Coco, que é hoje a sua maior representante, resgatando o velho ritmo no Nordeste. 

Dança de São Gonçalo:
Há um altar e nele São Gonçalo. Diante do altar, duas filas de dançarinos, cada um com um guia e um contraguia. Dá-se o revezamento dos extremos das filas e começam os movimentos em semi-círculo. Os dançarinos saltitam compenetrados, em busca da melhor harmonia coreográfica. Com métricas quebradas que sucedem, a dança se estende a não mais cansar.
Excelência:(Incelença)
É um canto entoado a cabeça dos moribundos ou mortos. Acredita-se que a excelência tem o poder de despertar no moribundo o horror do pecado, incitando-o ao arrependimento. É cantada sem acompanhamento instrumental, em uníssono, em série de 12 versos.
Fandango:
O fandango é um espetáculo popular que soma romance, dança, musica, anedotas, ditos, lendas e orações. A brincadeira desenvolve-se em um tablado armado no pátio alegórico, às vezes, à beira- mar. A duração é de toda uma noite. Os atores vestem-se de branco como marinheiros. Cantam, dançam e gritam ao som de instrumentos de corda, fazendo percurssão com um sapateado próprio.
Mamulengo:
Nome dos teatrinhos de fantoches introduzidos em Pernambuco ainda no século XVI. Foi inspirado no catolicismo alegórico da Idade Média. As peças apresentadas, embora obedecendo a um roteiro, são quase sempre improvisadas, representando uma resposta à reação dos expectadores. O mamulengo aparece em várias festas populares do ano ou faz a festa com as suas peças ligeiras, vivas e irônicas.
Vaquejada:
A vaquejada é o folguedo de derrubada do gado, indo o vaqueiro à cavalo. Correm sempre dois cavaleiros para conservar o animal em determinada direção. Emparelhado o cavaleiro com o novilho, aproximado o cavalo, o vaqueiro segura a calda do animal dando um forte puxão e afastando o cavalo. Desequilibrado o touro cai espetacularmente. A vaquejada é festa popularíssima no Nordeste.
Violeiros:
O violeiro nordestino constitui um tipo especial, que tem alguma diferença do cantador de viola do resto do País. De viola em punho ou responde o desafio ou canta estórias ou, simplesmente, os acontecimentos do dia estendendo sua opinião ou interpretando os fatos a seu modo, enquanto fabrica suas rimas.
Xangô:
Tipo de culto africano introduzido em pernambuco pelos negros escravos. As grandes funções públicas do Xangô têm lugar à noite, nos dias santificados pela Igreja Católica. A maior de suas celebrações públicas é o “toque” – em que ao som de ritmos originalmente africanos, os fiéis dançam em círculos, trajando as cores dos seus deuses patronos.
Xaxado: Se você já ouviu falar em Xaxado e não sabe o que é, saiba que se trata de uma dança originária do sertão de Pernambuco, nas regiões do Pajeú e Moxotó, nos anos de 1922 e 1926. 

No começo, era uma dança exclusivamente masculina, sendo o seu maior divulgador, o cangaceiro Lampião e os cabras do seu grupo, o que deixou esta dança fortemente ligada ao cangaço. 

Eles dançavam em círculo, ou fila indiana, sem volteio, arrastando o pé direito em movimentos laterais e puxando o esquerdo, num rápido e deslizado sapateado, se caracterizando a dança pelo rumor das alpercatas arrastadas no solo. 

No cangaço, o Xaxado é dançado, marcando a dominante com uma pancada do coice do fuzil no chão.

Dos cangaceiros, evoluiu para os palcos estúdio das estações transmissoras de rádio, televisão, cinema e também das revistas teatrais, não se firmando na época, como dança de salão, por ser proibida a atuação feminina, sendo o “rifle” do dançador considerado a “dama”. 

Para acompanhar o Xaxado, uma música simples, mas contagiante como melodia popular, de memorização inconsciente. 
A letra da música, ao contrário, é agressiva, belicosa, contundente, satírica, lírica, que por este motivo, acredita-se, seria uma variação do canto de guerra sertanejo chamado Parraxaxá. 

A princípio, não existia acompanhamento instrumental, sendo dançado só com a voz dos participantes. 

Hoje, tem o acompanhamento de pífanos, zabumbas, triângulos e sanfonas e é dançado não só por homens, mas também por mulheres, que conseguiram firmar seu lugar na brincadeira. 
Atualmente o Xaxado só é visto em coreografias estilizadas de grupos artísticos, sendo o seu figurino baseado no antigo traje dos cangaceiros, as alpercatas e das imitações de rifle, que formam os adereços. 

MANIFESTAÇÕES FOLCLÓRICAS E RELIGIOSAS

Acorda Povo / Bandeira de São João | Bacamarteiros | Banda de Pífanos
Blocos | Boi de Carnaval | Bumba – Meu – Boi | Caboclinhos | Cavalhada
Ciranda | Clubes de Rua | Côco | Dança de São Gonçalo | Excelência
Fandango | Frevo | Malhação do Judas | Mamulengo | Maracatu
Quadrilha | Reisado | Serração do Velho | Troça | Urso de Carnaval
Vaquejada | Violeiros | Xangô | Xaxado

fontes: www.empetur.com.br e www.cultura.pe.gov.br