No Teatro, que foi o seu forte, atuou cerca de 50 anos, encenando mais de 200 peças, cujos textos, na sua maioria, não foram preservados. Destacando-se principalmente pelas comédias tipo chanchadas, transformou Barreto no Rei das Chanchadas local.
O Teatro Marrocos, mesmo assim, graças ao seu fundador e único proprietário, sobreviveu de 1958 a 1970, sempre sendo ameaçado de demolição pelas autoridades da época, onde em cujas peças aconteciam “strip teases”. Na verdade o Teatro Marrocos tava mais para um teatro de revistas debochado, alegre.
Barreto Junior foi ganhador do Troféu Mambembe de 1978, outorgado pelo então Serviço Nacional de Teatro, tendo como companheiro de premiação o também Paschoal Carlos Magno (principal incentivador dos festivais de teatro da década de 70).
Barreto Junior era uma aventureiro do teatro brasileiro, tendo percorrido quase todo o Brasil, principalmente o interior, inclusive as terras desconhecidas do Amazonas. Seja de caminhão, lombo de burro, gaiola (um tipo de barco fluvial), ele ganhou o título de Rondon do teatro brasileiro.
Até o ditador Getúlio Vargas se interessou pelo trabalho do mambembe Barreto, tendo recebido a quantia de 50 contos, a título de ajuad, para continuar levando o seu teatro pelo Brasil afora, em pequenas e grandes comunidades. Na época um dinheirão!
Barreto Junior começou fazendo teatro na escola, na vizinha cidade de Vitória de Santo Antão, aqui em Pernambuco, quando adolescente. Mas nunca estudou artes cênicas (não existia, como não existe até hoje, uma escola de teatro em Pernambuco).
Atuou em companhias teatrais do sul do país, como a Companhia de Brandão Filho (que fazia dupla com Paulo Gracindo, o Primo Pobre e o Primo Rico. Brandão era o primo pobre…), a Opereta Portuguesa. Depois disso fundou a Companhia de Comédia Barreto Junior.
Morreu no Recife, a 21 de dezembro de 1983, frustrado por não ter conhecido reerguer o Teatro Marrocos, apesar das “promessas das autoridades”, que, na verdade sempre o discriminaram.