Memorial Pernambuco – Cultura, História e Arte

A Aurora Pernambucana foi o primeiro jornal de Pernambuco e o terceiro publicado no Brasil. O nº 1 circulou no dia 27 de março de 1821, em formato de 25 x 17cm, com quatro páginas, em papel de linho e impresso na Oficina do Trem Nacional de Pernambuco, no Recife. Antes dele surgiram a Gazeta do Rio de Janeiro, em setembro de 1808, e a Idade do Ouro no Brasil, publicado na Bahia, no dia 14 de maio de 1811. 

Acima do título do jornal há uma pequena vinheta, com o desenho de montanhas, um trecho de praia e, ao fundo, o sol nascente. Logo abaixo do título quatro versos de Luís de Camões:

Depois de procellosa tempestade, Nocturna sombra, e sibilante vento, Tras a manhã serene claridade,

Esperança de porto e salvamento.

Foi fundado pelo governador Luiz do Rego Barreto e teve como redator seu genro e secretário do governo, Rodrigo da Fonseca Magalhães, ambos portugueses. Luiz do Rego Barreto nasceu em Viana do Castelo, em 1778. Seguiu a carreira militar e veio ao Brasil, em 1816, para auxiliar Portugal na luta contra a invasão francesa. Casou-se no Rio de Janeiro com uma brasileira e foi designado comandante/chefe de uma expedição militar, cujo objetivo era combater os revoltosos de Pernambuco, além de ter recebido também a condição de governador. Morreu no Minho, Portugal, no dia 7 de setembro de 1840. Rodrigo da Fonseca Magalhães nasceu em Candeixa-a-Nova, em 1787. Estudou na Universidade de Coimbra, adotou também a carreira militar, tendo lutado sob o comando de Luiz do Rego Barreto. Por participar de conspirações políticas foi perseguido em Lisboa, fugindo para o Brasil, em 1819, vindo ao encontro do seu ex-comandante. Deixou algumas obras publicadas e morreu em Lisboa, no dia 11 de maio de 1858. A Aurora Pernambucana circulou ora uma, ora duas vezes por semana e tinha como objetivo a “utilidade pública”. O dinheiro arrecadado com a venda era utilizado para beneficiar “53 meninos indigentes”, educados em artes e ofícios, na Oficina do Trem. Continha, principalmente, notícias dos fatos e acontecimentos políticos, divulgando também correspondências, proclamas e atos oficiais. O jornal visava, basicamente, “conter o nativismo e o republicanismo dos pernambucanos” e servir aos interesses políticos do governador Luiz do Rego Barreto. A Aurora Pernambucana parou de ser publicada no seu nº 30, no dia 10 de setembro de 1821. Depois do primeiro Aurora Pernambucana, Pernambuco já teve três jornais com o mesmo título: um publicado em novembro de 1841, que parou de circular em três semanas, após a edição de apenas dois números; um outro que circulou regularmente de 16 de outubro de 1858 até 17 de dezembro de 1859 e um último que surgiu em 1971. Exemplares do Aurora Pernambucana publicados em 1858/1859 podem ser consultados no setor de microfilmes, da Fundação Joaquim Nabuco.