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Artes Plásticas

No início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), deixa a França, com sua família, e se estabelece no Rio de Janeiro, em 1915. Em 1918, realiza a primeira individual, no Teatro Santa Isabel, no Recife, e dois anos mais tarde expõe pela primeira vez em São Paulo, onde entra em contato com Di Cavalcanti (1897-1976), Anita Malfatti (1889-1964), Pedro Alexandrino (1856-1942) e Victor Brecheret (1894-1955). Em 1920, estuda a arte marajoara das coleções do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Movido por uma grande paixão pela dança, realiza em 1921 o espetáculo Lendas, Crenças e Talismãs dos Índios do Amazonas, no Teatro Trianon, Rio de Janeiro, elogiado pelo poeta e crítico Ronald de Carvalho (1893-1935).
Viaja para França, deixando oito óleos e aquarelas para serem expostos na Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. Em 1923, faz desenhos de máscaras e figurinos para o balé Legendes Indiennes de L’Amazonie. Integra-se ao grupo de artistas da galeria e revista L´Effort Moderne, de Leonce Rosemberg. Traz ao Brasil a exposição A Escola de Paris, exibida no Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Decora a Capela do Brasil no Pavilhão Vaticano da Exposição Internacional de Paris, em 1937. Em 1946, funda a Editora La Presse à Bras, dedicada à publicação de poesias brasileiras e francesas. A partir 1941, publica seus primeiros versos, Poemas de Bolso, organiza e promove vários salões e congressos de poesia no Brasil e na França. Retorna ao Brasil, e dá aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, em 1957 e 1966. Em 1960, recebe o Prêmio Guillaume Apollinaire pelos sonetos reunidos no livro Broussais – La Charité. Entre 1966 e 1968, dá aulas no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília – UnB.
COMENTÁRIO CRÍTICO
Vicente do Rego Monteiro nasce no Recife e muda-se para o Rio de Janeiro em 1908. Nesse ano inicia os estudos artísticos, acompanhando a irmã Fedora do Rego Monteiro (1889-1975) na Escola Nacional de Belas Artes – Enba. Em 1911, a família muda-se para Paris, onde o artista freqüenta os cursos livres da Académie Colarossi e estuda desenho, pintura e escultura nas Académies Julien e La Grande Chaumière. Volta ao Rio de Janeiro em 1915, devido à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). No início da carreira, dedica-se brevemente à escultura. Em 1920, realiza exposição de desenhos e aquarelas, apresentada em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Nessa mostra, já revela o interesse pelas lendas e costumes da Amazônia, que se tornam inspiração para grande parte de suas obras. Estuda atentamente as coleções de cerâmica marajoara do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Nesse período estabelece contato com artistas ligados ao movimento modernista: Anita Malfatti (1889-1964), Victor Brecheret (1894-1955) e Di Cavalcanti (1897-1976). Viaja para a França em 1921 e deixa algumas pinturas com o crítico e poeta Ronald de Carvalho (1893-1935), que decide incluí-las na seleção de obras expostas na Semana de Arte Moderna de 1922. No início da década de 1920, produz aquarelas nas quais representa lendas indígenas, recorrendo à figuração geométrica e também à ornamentação da cerâmica marajoara, como em Mani Oca e O Boto (ambas de 1921). Retorna nesse ano a Paris, onde convive com os artistas Victor Brecheret e Antonio Gomide (1895-1967), com os quais compartilha o interesse pelas estilizações formais do art deco. Na obra A Caçada (1923) o pintor utiliza o recurso de estilização das figuras, que apresentam certa tensão muscular e assumem o aspecto de engrenagens, tendo as obras de Fernand Léger (1881-1955) como parâmetro. Preocupado em adaptar temas tradicionais da arte sacra a uma linguagem moderna produz Pietá (1924), a qual se destaca pela aparência plástica de relevo e pelo uso de uma gama cromática reduzida, recorrente em sua obra: nuances de ocre, cinza e marrom. O quadro A Crucifixão (1924) apresenta dramáticos efeitos de claro-escuro e é estruturado por meio do rigoroso jogo de linhas horizontais e verticais. Na obra A Santa Ceia (1925) as figuras remetem à arte egípcia e o espaço é ordenado por seções geométricas. Nessa obra, os tons neutros, trabalhados em leves gradações, conferem ao quadro caráter bidimensional. O artista revela preocupação com o tema social em Os Calceteiros (1924), mais especificamente com o mundo dos trabalhadores. Dedica-se também às figuras de crianças, muitas vezes representadas ao lado de animais, como em O Menino e os Bichos (1925). Realizada no mesmo ano, a tela O Urso é construída por meio de linhas curvas, que se dispõem ritmicamente no espaço e revelam a admiração pelas formas orgânicas e sintéticas do escultor romeno Constantin Brancusi (1876-1957). Já em O Atirador de Arco (1925), inspira-se na representação do índio realizada anteriormente por Debret (1768-1848). Nessa obra as tensões criadas pela envergadura do arco ecoam em uma sucessão de ondas, em espaço próximo ao do relevo. Como nota o historiador Walter Zanini, a década de 1920 foi o período mais produtivo do artista. Na década seguinte, afasta-se da pintura e dedica-se principalmente à ilustração. Em 1930, traz para o Recife uma exposição de artistas da Escola de Paris, que inclui, entre outros, quadros de Pablo Picasso (1881-1973), Georges Braque (1882-1963), Joan Miró (1893-1983), Gino Severini (1883-1966), Fernand Léger e suas próprias obras. Essa exposição é importante por ser a primeira mostra internacional de arte moderna realizada no Brasil, com artistas ligados às grandes inovações nas artes plásticas, como o cubismo e o surrealismo. Ao ser apresentada em São Paulo, a mostra foi acrescida de telas de Tarsila do Amaral (1886-1973), que o artista conhecera em Paris na década anterior. Rego Monteiro, ao longo da carreira, alterna temporadas entre o Brasil e a França. Elabora a parte gráfica e realiza ilustrações para as revistas Renovação e Fronteiras. Poeta e tradutor, incentiva jovens escritores publicando seus textos nessas revistas. A partir da década de 1950, volta a dedicar-se com maior intensidade à pintura, tornando mais constantes em suas obras temas regionais como, em O Vaqueiro (ca.1963) e O Aguardenteiro (fim da década de 1950). Mantém-se fiel à fatura do início da carreira, utilizando grande simplificação formal e uma gama cromática reduzida, às quais alia interpretação monumental do art deco. No fim de sua vida, destaca-se a sua importante atuação como professor de pintura na Escola Nacional de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, atividade que exerce de 1957 a 1966.
VIDA FAMILIAR
Irmão dos artistas plásticos Fedora do Rego Monteiro e Joaquim, José (arquiteto) e Débora (escritora)
FORMAÇÃO
1908 – Rio de Janeiro RJ – Acompanha a irmã mais velha, Fedora do Rego Monteiro, em cursos na Enba 1911 – Paris (França) – Freqüenta os cursos livres da Académie Colarossi e aulas de desenho, pintura e escultura nas Académies Julien e La Grande Chaumière 1920 – Recife PE – Estuda a arte marajoara das coleções do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista
TEXTOS CRÍTICOS
“Ao invés de aplicar-se simplesmente à caligrafia acadêmica, Rego Monteiro repudiou essa tradição latina (…) para reavivar a influência da tradição indígena a qual deveria ser a primeira a tocar e a estimular todo o artista brasileiro. A história demonstrou-nos cabalmente que toda a arte primitiva é suscetível de dar forma a magníficas florações. Assim, uma arte tão rica e potente como a indígena não poderia deixar de servir de estímulo ao desenvolvimento plástico que o tempo e o gênio dos artistas contribuem a trazer geralmente aos estágios iniciais de uma linguagem. Foi assim que Monteiro, rejeitando os ‘pastiches’ das frias compilações acadêmicas, tentou reformular seu mundo artístico retemperando sua sensibilidade nas fontes da arte indígena. (…) É certo, porém, que o efeito alcançado permanecia puramente decorativo e que a sensibilidade do pintor não se exteriorizava ainda de maneira propriamente plástica. Foi então que Rego Monteiro tomou contato na França com uma arte puramente plástica que o leva a imaginar uma conciliação entre o ritmo indígena e os princípios do quadro de cavalete, fim supremo e razão essencial da pintura”. (Maurice Raynal) MONTEIRO, Vicente do Rego, ZANINI, Walter (org.). Vicente do Rêgo Monteiro. São Paulo: MAC/USP, 1971. Vicente ama a natureza de hoje como a de ontem. Julga importante ficar com aspectos que dão às suas obras a atualização, quase sempre traduzida na mecanicidade que imprime nas formas, auxiliadas pela geometrização legeriana. Entretanto, como coloca no outro prato da balança a perenidade, não se ocupa tanto da justificativa da época atual, não a exalta. A mitologia escolhida não é a da ´Vênus metalúrgica´, e os seus homens não sobem em andaimes nem têm como paisagem de fundo as chaminés. Prefere as Dianas, Vênus, Madonas; homens que podem ter habitado próximo às pirâmides, ou saído das mãos renascentistas, ou mesmo ter sido moldados por simples oleiros. Trabalha as oposições entre a época atual, caracterizada por linhas arrojadas e articuladas, e as aquisições do passado arcaico ou clássico, com a preservação de lembranças estilísticas como a frontalidade e a solenidade do ritual religioso. (…) A arte de Vicente é na sua aparência com freqüência austera, monocromada, despojada de referências cósmicas diretas (…). No seu significado, encaminha à argumentação de uma arte que trabalha oposições entre o arcaico / moderno; sagrado / profano (às vezes, mais especificamente pagão / cristão); primitivo / contemporâneo”. (Elza Maria Ajzemberg) AJZENBERG, Elza. Vicente do Rego Monteiro: um mergulho no passado. 1984. 2v. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universiade de São Paulo – FFLCH/USP, São Paulo, 1984. p. 213. “Lembro-me de que Vicente, em Paris, costumava entoar baixinho uma pornograficamente plebéia cantiga brasileira, por ele aprendida não sei onde nem de que espécie de boca: Negra velha quando fica arreliada Mete o dedo na quirica Dá ao negro prá cheirar. O que prendeu minha atenção a essa cantiga, tão entoada pelo pintor, ao pintar, em Paris, foi a valorização do cheiro: no caso, um cheiro de sexo de mulher. Ao que se juntar ter Vicente me confessado, certa vez, que uma de suas maiores saudades do Brasil era a de cheiros. Cheiros de vegetais, cheiros de comidas, cheiros de cachaças, o cheiro de curral de engenho. E cheiros de mulheres mestiças. O que coincidia com uma das minhas maiores recordações do Brasil desde que o deixei para uma primeira ausência, que seria longa. Pelo que resolvi, em face de novas ausências, suprir essa falta, viajando no estrangeiro com um frasco de sabão Aristolino na mala. O que parece anedótico, no caso funcionou. Será que a pintura modernista de Vicente, ao envolver ‘saudosismo’ pelos sentidos – o olfato e o paladar, entre eles -, envolvia alguma coisa de telúrico que incluísse, principalmente nesses saudosismos telúricos, saudade de sexos brasileiros de mulher? Lembre-se, ao falecer no Recife, sua ligação com mulher de cor. Sensível como era, me animo a dizer que o sexo esteve quase sempre presente em sua pintura. Suas próprias ventas pareciam sempre voluptuosas ávidas de cheiros de mulheres de cor: eram as de quem desfrutasse com aquele puro prazer de respirar, assinalado por Havelock Ellis, gosto por cheiros ou aromas, vivos, tropicais, brasileiros, capazes de ser como que associados à famosa sugestão francesa, percepção de cores e – por que não? – de formas”. (Gilberto Freire) MONTEIRO, Vicente do Rego. Vicente do Rego Monteiro: pintor e poeta. Rio de Janeiro: 5ª Cor, 1994, p. 44-46 “Talvez a primeira referência, de intenções globais, que se deva fazer à obra de Monteiro, seja a de que ela se desenrolou em segmentos distintos, embora preservando traços constantes de uma figuração conceptualizada cujo teor é por igual estilizado, decorativo e monumental. Assimiladora de diversificadas fontes culturais, essa pintura demonstrou-se capaz de aprofundar um próprio e inconfundível ideário plásticos, determinado por formas planas e circunscritas no espaço, pelo desenho táctil e rigoroso, de elegantes ritmos compassados, coadjuvado pela coloração moderada, luminosa, de poucas e menores variantes de meios-tons. Respondiam esses elementos a uma concepção de princípios de estética decorativa na sua função de promover uma compreensão universal do mundo. A síntese representacional decorrente, desenvolvida em composições harmônicas, que privilegiam efeitos de forma e cor no respeito à superfície bidimensional da tela, possui a vocação do espaço mural, no entanto um nível de realização a que o artista nunca teve acesso”. (Walter Zanini) ZANINI, Walter. Introdução ao Artista. Vicente do Rego Monteiro: artista e poeta 1899-1970. São Paulo: Empresa de Artes/Marigo Editora, 1997. p. 38 “Vicente do Rêgo Monteiro (1899-1970), Victor Brecheret (1894-1955) e Antonio Gomide (1895-1967) mostram em suas produções a sintonização não apenas com o movimento moderno, mas com um estilo específico. Alinham-se ao art déco pela estruturação dos elementos florais procedentes do art nouveau, em curvas que buscam uma elegante regularidade geométrica. O pós-guerra pede a decantação das poéticas de combate precedentes, como o cubismo ou o dadaísmo. Vive-se o momento da ‘volta à ordem’ nas artes. A pintura funciona como um escudo à liberalização dos costumes, ao ritmo trepidante dos anos loucos. A agitação febril que pauta o comportamento da época uma cenografia. Respondendo aos bailados modernos que buscam nutriente nas civilizações distantes do burburinho parisiense, Vicente do Rêgo Monteiro apresenta a estilização das civilizações indígenas brasileiras, especialmente a marajoara.
O Atirador de Arco, 1925, propõe uma coreografia das tensões originadas pelo instrumento de guerra como tema da tela. A força despendida na envergadura do arco ecoa pelo plano pictural numa sucessão de ondas. A proximidade entre forma e fundo cria um espaço raso, em baixo-relevo, inspirado por uma estética cubista, esvaziada do teor agressivo das primeiras colagens”. (Nelson Aguilar)
MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO (2000 : SÃO PAULO, SP), AGUILAR, Nelson (org.), SASSOUN, Suzanna (coord.). Arte moderna. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000.p.40
DEPOIMENTOS “Eu tive tendências diversas. Eu gostei do retrato. No retrato eu sempre procurei fazer a aparência física do espírito. Traduzia o espírito também do retrato. Eu fiz o retrato de Gilberto Freire. Estava em Paris em 1922. Fiz o retrato de Alberto Cavalcanti e da senhora mãe dele, uma senhora francesa, Mme… e o retrato das irmãs Martel. Esses quadros, alguns foram expostos no Salão dos Independentes em 22 e 23. Mais adiante eu fui me tornando mais cubista, deixando o retrato. Achei uma certa dificuldade de convencer, de encontrar o público que fizesse como Van Dongen, que para fazer o retrato ia com a freguesa a um grande costureiro, escolhia uma roupa de 20 mil francos. Naturalmente o retrato poderia ser pago na proporção de quatro cinco vezes o preço do vestido. A minha técnica era muito simples, não dava para ganhar. Eu preferia fazer pintura simples, simplesmente a composição. Daí me ter lançado para esta série de assuntos religiosos e trabalhadores como Os Calceteiros, e meu primeiro tema realmente antropófago é a Caçada ou a Caça, uma luta entre os índios robôs com um animal fabuloso de inspiração marajoara. Esse trabalho se encontra no Museu de Arte de Moderna de Paris. (…) – O Museu da Imagem e do Som gostaria, por indicação do nosso diretor, que você falasse, sobre o seu ponto de vista estético, de sua obra. Você me disse outro dia a respeito do seu quadro, sobre a construção do quadro, acho isso muito importante. Eu planejo como um arquiteto. Eu uso cálculos sucessivos até achar a linha para a construção definitiva. Eu acho que o quadro, vou usar essa palavra, o quadro se fabrica, se constrói como uma casa. Esse negócio de falar de inspiração, de improvisação, só no tachismo e impressionismo, onde o artista vai com o corpo e a cara, com tudo, improvisa. Mas eu acho que o artista, depois do cubismo, constrói o seu trabalho. Para mim a linha é tão importante. A linha é exatamente o continente, e a cor, o conteúdo. A cor dá luz e sombra mas a linha é que define. – O que diria da abolição do óleo nas artes plásticas, como em objetos, em montagens, etc., hoje tão em moda? Essa pintura de construção são pesquisas, eu considero isso tudo muito útil, necessário. Mesmo para se fazer, como experiência e não ser praticada. Há os pára-quedistas, e tudo isso aí abrindo caminho, mostrando o que se deve fazer e o que não se deve fazer. Eu acho que nada mais difícil do que um lápis, e nada mais puro que ser um lápis, nada mais medíocre do que desenho feito a lápis por pessoa que não sabe desenhar. Com lápis você faz tudo. É uma maravilha. Você pode realizar uma obra de arte ou uma negação. – Algum valor estético permanente no campo da pintura? É o seguinte: o que é bom é o que é autêntico. Às vezes, por uma questão mesmo de interesse, um nome na época pode ser afastado, esquecido, mas o que é autêntico volta. É como certos pintores, como Piero della Francesca, e outros pintores que passaram séculos absolutamente desconhecidos, ignorados, mas que voltaram à tona”. Depoimento à Walmir Ayala e Ricardo Cravo Albim, para o Ciclo de Artes Plásticas do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, em 27.10.1969. MONTEIRO, Vicente do Rego. Vicente do Rego Monteiro: pintor e poeta. Rio de Janeiro: 5ª Cor, 1994. p.254-255, 270, 272.
Cronologia e Exposições –
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