Memorial Pernambuco : História de Pernambuco

Batalha dos Guararapes 5
Duas cidades com muito em comum

por ANDRÉ GALVÃO / Editor de Cidades

O recifense que chega de trem, de avião ou mesmo de carro a Amsterdã, a capital holandesa, logo tem a impressão de que aquela peculiar paisagem lhe é familiar. E não poderia ser diferente. As duas cidades, que já têm uma história em comum, a partir da chegada do conde Maurício de Nassau ao país, em 1637, apresentam algumas semelhanças. E a principal delas está na ímpar e rebuscada geografia, formada por rios, estuários e um amontoado de pequenas ilhas interligadas por dezenas de pontes. A única diferença nesse panorama é que em Amsterdã, a exemplo do glorioso passado marcado pela descoberta dos sete mares, a população ainda utiliza barcos como moradia e meio de transporte e de lazer, enquanto que no Recife os rios e canais servem, principalmente, para escoar os dejetos vindos da precária rede de esgotos. Prova disso é que, hoje, são poucos os recifenses que já tiveram a oportunidade de navegar no Rio Capibaribe, o mesmo que inspirou tantos poetas e que figura como um dos mais belos cartões-postais do Brasil. *TRAÇADO *- Também é possível estabelecer uma ligação no traçado urbanístico das duas cidades. O historiador Leonardo Dantas, da Fundação Joaquim Nabuco de Pesquisas (Fundaj), cita como exemplo o bairro de São José, onde alguns quarteirões datam da época em que o conde Maurício de Nassau construiu a Cidade Maurícia. As transversais da Avenida Nossa Senhora do Carmo, por exemplo, seguem paralelas até o Forte das Cinco Pontas, num percurso bem próximo do que se vê em algumas quadras do centro histórico da capital holandesa. As coincidências não param por aí. Amsterdã, tal como Recife, é uma cidade festiva, tem forte potencial turístico e guarda algumas das relíquias da presença holandesa na capital pernambucana. Para conferir este acervo, o visitante deve fazer uma visita ao Rijksmuseum, o mais importante do país. Lá, há uma grande variedade de peças, utensílios, vestimentas e telas a óleo (com imagens do Recife e Olinda) que retratam com fidelidade o período em que os holandeses se lançaram ao mar em busca de novas terras. Por essas e outras, o Recife deveria ser intitulada a Amsterdã Brasileira e não a Veneza Brasileira. Com certeza, as semelhanças com a famosa cidade dos Países Baixos são bem maiores que com às do mais famoso cartão postal da Itália. Fonte: Jornal do Comercio – Recife, 20 de abril de 1998Duas cidades com muito em comum por ANDRÉ GALVÃO / Editor de Cidades O recifense que chega de trem, de avião ou mesmo de carro a Amsterdã, a capital holandesa, logo tem a impressão de que aquela peculiar paisagem lhe é familiar. E não poderia ser diferente. As duas cidades, que já têm uma história em comum, a partir da chegada do conde Maurício de Nassau ao país, em 1637, apresentam algumas semelhanças. E a principal delas está na ímpar e rebuscada geografia, formada por rios, estuários e um amontoado de pequenas ilhas interligadas por dezenas de pontes. A única diferença nesse panorama é que em Amsterdã, a exemplo do glorioso passado marcado pela descoberta dos sete mares, a população ainda utiliza barcos como moradia e meio de transporte e de lazer, enquanto que no Recife os rios e canais servem, principalmente, para escoar os dejetos vindos da precária rede de esgotos. Prova disso é que, hoje, são poucos os recifenses que já tiveram a oportunidade de navegar no Rio Capibaribe, o mesmo que inspirou tantos poetas e que figura como um dos mais belos cartões-postais do Brasil. *TRAÇADO *- Também é possível estabelecer uma ligação no traçado urbanístico das duas cidades. O historiador Leonardo Dantas, da Fundação Joaquim Nabuco de Pesquisas (Fundaj), cita como exemplo o bairro de São José, onde alguns quarteirões datam da época em que o conde Maurício de Nassau construiu a Cidade Maurícia. As transversais da Avenida Nossa Senhora do Carmo, por exemplo, seguem paralelas até o Forte das Cinco Pontas, num percurso bem próximo do que se vê em algumas quadras do centro histórico da capital holandesa. As coincidências não param por aí. Amsterdã, tal como Recife, é uma cidade festiva, tem forte potencial turístico e guarda algumas das relíquias da presença holandesa na capital pernambucana. Para conferir este acervo, o visitante deve fazer uma visita ao Rijksmuseum, o mais importante do país. Lá, há uma grande variedade de peças, utensílios, vestimentas e telas a óleo (com imagens do Recife e Olinda) que retratam com fidelidade o período em que os holandeses se lançaram ao mar em busca de novas terras. Por essas e outras, o Recife deveria ser intitulada a Amsterdã Brasileira e não a Veneza Brasileira. Com certeza, as semelhanças com a famosa cidade dos Países Baixos são bem maiores que com às do mais famoso cartão postal da Itália. Fonte: Jornal do Comercio – Recife, 20 de abril de 1998

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