Recife Rock Festival

Recife comprovou, no último sábado, que gosta muito de rock and roll. Foi um sucesso o I Recife Rock Festival, organizado pela Ativa Comunicação. Mais de mil pessoas foram ver cincos bandas – duas internacionais e três daqui – na arena do Pólo Pina.

E não se decepcionaram. Marcado para as 21h, o evento só começou às 10h40. Severinos Atômicos abriram a noite. Os caras estão cada vez mais entrosados. Nilo Pipoca é um vocalista que tem boa presença de palco. As letras, se melhoradas, podem levar o grupo a um destino melhor. Mas os severinos fizeram um show competente.

Entra o Hanagorik, de Surubim (Mata Norte pernambucana). Banda de personalidade. Fez um show impecável. A pergunta de muitos na platéia: como os caras, lá do interior, acham inspiração para fazer um rock tão feroz? Deixa pra lá. Coisas da globalização. O importante é que o Hanagorik é bom pra cacete! Tem futuro. Atenção, produtores.

Sai a moçada de Surubim, entram os recifenses do Câmbio Negro HC. Banda eficiente. Pesado,vocalista que sabedas coisas, garante o espetáculo. Doze anos de estrada não foram à toa. Eles não repetiram a apresentação do Abril pro Rock, mas mantiveram a qualidade.

A grande surpresa: quando todos esperavam pelos finlandeses do Stratovarius, eis que surge no palco a atração principal da noite: Paul Di’Anno, o lendário vocalista do Iron Maiden. Antes, a produção avisa que Di’Anno só faria cinquenta minutos de show, por estar com a garganta comprometida.

Uma leve decepção, que logo se transformaria em euforia e vibração. Meninos, eu vi. O cara é simplesmente incrível. Careca, usando um bermudão e camisa (azul) da Seleção Brasileira, Di’Anno mostrou porque é uma lenda. Simpático, com carisma para dar e vender, ele fez um show inesquecível.

Acompanhado por uma banda competentíssima, Di’Anno não deixou ninguém parado. Tocou sucessos seus – Children of Revolution – e , claro, hits do Iron Maiden,como Wratchchald, Remember Tomorrow e Sanctuary. Um arraso. A moçada – tinha gente de 18 a 40 anos – se esbaldava. Não era para menos. Parte da história do rock estava ali, fazendo o Pina tremer.

Uma pena que o show tenha sido tão curto. Mas valeu. Que esse cara enfezado (capaz de parar o show para dar um esporro nos seguranças e nos babacas brigões), mas muito boa gente, volte mais vezes ao Recife.

FINLANDESES

Depois do Di’Anno é a vez do Stratovarius. Por incrível que pareça,os branquelos da Finlândia já têm fãs no Recife. Os cabeludos fizeram um show correto. Destaque para o guitarrista Timo Tolkki. Rápido e dono de uma técnica invejável, ele arrancou urros do público. O Stratovarius faz um som manjado. Nada de novo. Um rock and roll datado. É um espetáculo bom de se ver, mas fica só nisso.

Um momento descontraído: os músicos cantaram parabéns para o tecladista Jarir Kainlainem, que aniversariava. Teve até direito a bolo, que foi repartido com a platéia. Tudo num clima bem legal, bem rock and roll.

A iniciativa dos realizadores foi mais que válida. Vamos esperar agora pelo II Recife Rock Festival. Quem sabe um dia a gente não vai assistir, ao vivo e a cores, a uma banda do quilate de um Black Sabbath?