TUCAP – Uma história teatral de sucesso em Pernambuco – 1971 – 1975

 

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Por Don Antonio

Vamos deixar BEM CLARO: Este Tucap não tem nada a ver com o outro Tucap da década de 90. O grupo, foi um dos mais importantes do teatro pernambucano, tendo angariado mais de meia centena de prêmios nacionais de teatro amador, tendo participado de diversos festivais. O fim do grupo surgiu quando o então reitor Monsenhor Gondim Lóssio, que nunca apoiou o teatro feito na universidade, não liberou uma modesta verba para que o Tucap representasse o Brasil, no Festival Mundial de Nancy, na França, com a peça de Benjamim Santos, A Barca d’Ajuda, com direção de José Francisco Filho, Coreografia de Lúcia Mascarenhas e direção musical minha, na época com o nome de Toinho dos Santos. Com a recusa do reitor, o grupo se desfez, ressurgindo mal na década de 90. E a gente tinha conseguido o mais difícil: as passagens, pela TAP. A melhor fase foi a que vai de 1971 a 1975 (3ª Fase)
1ª Fase – 1950
Pe. Mosca, primeiro reitor da Unicap, cria um primeiro grupo de teatro que tinha uma conotação religiosa (fins da década de 50). Não temos nenhum registro.
2ª Fase – 1967 a 1969
Os Espetáculos
Lúcio Lombardi cria e dirige o novo Tuca-Recife, que é dirigido logo depois por Rubens Teixeira e José Mário Austregésilo:

1967
ELES NÃO USAM BLACK-TIE de Gianfrancesco Guarnieri
Direção de Lúcio Lombardi

1968
A DERRADEIRA CEIA de Luiz Marinho
Direção de Rubens Teixeira

O CÃO SEM PLUMAS de João Cabral de Melo Neto
Direção de José Mário Austregésilo

ELEGIA de Cassiano Ricardo
Direção de José Mário Austregésilo

EXPERIÊNCIA I Vários autores

Direção de José Mário Austregésilo

EXPERIÊNCIA II Vários Autores

Direção de José Mário Austregésilo

1969
EVOCAÇÃO DE UM POETA MAIOR de Albuquerque Pereira
Direção de José Mário Austregésilo

3ª Fase – 1971 a 1975
Os Espetáculos
1971 – Janeiro
EVA E ADÃO de Alcides Albuquerque do Ó
Direção de Marcus Siqueira

1971 – Segundo Semestre
O ESCURIAL de Michel de Ghelderode
Direção de Marcus Siqueira

1972 – Julho
TORTURAS DE UM CORAÇÃO de Ariano Suassuna
Direção de José Francisco Filho

1972 – Novembro
A REVOLTA DOS BRINQUEDOS de Pernambuco de Oliveira e Pedro Veiga
Direção de José Francisco Filho

1973 – Março
O PROMETEU ACORRENTADO de Ésquilo Direção de José Francisco Filho
Efeitos especiais de Toinho dos Santos

1974 – 1º Semestre remontagem

A REVOLTA DOS BRINQUEDOS de Pernambuco de Oliveira e Pedro Veiga

Direção de José Francisco Filho

Assistente de direção Toinho dos Santos

1974 – Julho
OS ESCOLHIDOS de Hilda Hilst Direção de José Francisco Filho

Efeitos especiais de Toinho dos Santos

1975 – Janeiro e Fevereiro
A BARCA D’AJUDA de Benjamim Santos Direção: José Francisco Filho Direção musical: Toinho dos Santos

Coreografia:: Lúcia Mascarenhas

Comentários
Retomada na década de 70 quando Carlos Borba, então estudante de direito (eu era o secretário da Faculdade de Direito, na épóca) conseguiu o resgate do grupo. Marcus Siqueira encenou uma peça de outro estudante de direito, Alcides Albuquerque do Ó, EVA E ADÃO. Marcus chegou a encenar outra peça, O ESCURIAL; Houve alguma divergência, sendo convidado José Francisco Filho para assumir a direção artística. 
Torturas de um Coração
José Francisco Filho causou logo uma polêmica, montando uma peça originariamente escrita para teatro de mamulengos, TORTURAS DE UM CORAÇÃO, de Ariano Suassuna. No elenco estava Tonico Aguiar, Conceição Acioly, Carlos Varela, Gaspar de Andrade. Detalhe: o personagem machão era interpretado por um Tonico Aguiar com barba e roupa de bailarino. A peça foi apresentada no Festival Nacional de Teatro de Arcozelo (criação do saudoso Paschoal Carlos Magno), no Rio de Janeiro. Só na volta foi apresentada no Nosso Teatro. A peça foi considerada uma montagem tropicalista. Ariano não gostou da montagem, havendo uma discussão com Celso Marconi, que levou um murro na cara. Ariano proibiu a peça de continuar a ser encenada. Anos depois Ariano pediu desculpas pelo incidente. 
A Revolta dos Brinquedos
Em novembro de 1972, foi encenada uma peça infantil de Pernambuco de Oliveira e Pedro Veiga, A REVOLTA DOS BRINQUEDOS, apresentada no então Nosso Teatro (hoje Teatro Valdemar de Oliveira). A peça se apresentou no I Festival de Teatro. Nesta montagem atuei como assistente de direção (e de produção) ao lado de Everaldo Gaspar (e ainda fiz o som). Gaspar fez também a iluminação. No elenco: Celso Muniz (Soldado), Tonico Aguiar (Boneco), Ana Farache (Boneca), Lígia Sodré (Menina), José Francisco Filho (Fantoche), Carlos Varela (Ursinho) e Conceição Accioly (Bruxa). Figurinos de Paulo Roberto e maquiagem de Daniel MaiaLeia mais :::::
Prometeu Acorrentado
A seguir, José Francisco trocou o humor escrachado por um clássico grego, de Ésquilo; PROMETEU ACORRENTADO, especialmente para ser encenado em igrejas. Um grande elenco: Carlos Borba (Poder e o 3º Prometeu), Fausto Eduardo Amaral (Hefaisto), Carlos Varella (1º Prometeu), Tonico Aguiar (Oceano e 5º Prometeu), Conceição Acioly (2º Prometeu), Daniel Maia (Io), José Francisco Filho (4º Prometeu), Celso Muniz (Hermes); No côro: Rodolfo Aureliano, Ana Farache, Conceição Acioly, Celso Muniz, Carlos Varella, Fausto Eduardo, Tonico Aguiar, Carlos Borba e José Francisco; Na técnica: Everaldo Gaspar (assistente de direção), Toinho dos Santos (som), Paulo Roberto (figurino), Daniel Maia (maquiagem) e Carmem Dolores (confecção do figurino). Leia mais :::::
Parto de Música Livre do Nordeste


GMT – Grupo Musical do Tucap (Eu, Gaspar, Tonico e Eurico) no palco do Teatro Sta. Isabel 

No ano seguinte, 1973, por conta de que alguns integrantes do Tucap também apreciarem música (Eu, Tonico Aguiar, Eurico Andrade – irmão de Gaspar, Rodolfo Aureliano), foi criado o polêmico e inesquecível PARTO DE MÚSICA LIVRE DO NORDESTE, apresentado para uma platéia lotada no Teatro Santa Isabel. Deu manchete nacional! O evento aconteceu em 23 de junho de 1973, entrando madrugada a dentro, uma quarta-feira. Luiz Gonzaga, Flaviola, Lula Cortêz, Lailson e a Banda Phetus, o quarteto musical do Tucap (eu, Gaspar, Eurico e Tonico), o Tamarineira Village com Marco Polo, Kátia de França e a performance de Paulo Bruscky que causou um cena de histeria na platéia. E contou ainda com a participação de Marconi Notaro, Artur e Guita, Licar, Carmélia Alves. Leia mais :::::
Os Escolhidos
Em 1974, uma peça densa, de Hilda Hilst, OS ESCOLHIDOS, com Carlos Varela (Padre Maximilian), Cutie Bets (Poeta), Carlos Borba (Carcereiro), Gilson Barbosa (Estudante), Fausto Eduardo (Joalheiro), Conceição Acioly (Prisioneira), Vania Simonetti (Agente da SS) e Rodolfo Aureliano (Hanz). A pesquisa de som foi feita por mim, na época usando o nome de Toinho dos Santos, e, ainda fiz o cenário. Direção de José Francisco Filho, com Gê Lopes fazendo a assistência de direção. O figurino foi desenhado em parte por Buarque de Aquino. Clenira Bezerra (maquiagem), Albérico Cavalcanti (fotografia) e Aluisio (cenografia). Leia mais :::::
A Barca d’Ajuda
Em 1975, a grande produção musical do Tucap: 4 meses de ensaio para a peça de Benjamim Santos, A BARCA D’AJUDA. José Francisco Filho na direção, Toinho dos Santos (direção musical), coreografia de Lúcia Mascarenhas, músicas de Zoca Madureira e Toinho dos Santos, Daniel Maia (figurino). Elenco: Carlos Borba (Capitão), Jáder Austregésilo (Velho marinheiro), Gilson Barbosa e Conceição Acioly (Traidores), Cutie Bets, Clenira Bezerra e Buarque de Aquino (Cantadores), Vania Simonetti, Gaspar de Andrade e Roberto Negão (Marinheiros) e Carlos Varella. Assistente de direção: Laura de Andrade. Local: Nosso Teatro. Leia mais :::::
4ª Fase – 1982
O grupo retoma suas atividades em 1982 (sem nem chegar preto do brilho e sucessos anteriores), sob a direção de Carlos Varela que monta um grande sucesso: O Coronel de Macambira, de Joaquim Cardozo. José Francisco Filho volta ao batente dois anos depois, encena A Farsa do Mestre Pathelin.
5ª Fase – 1987 a 1992
Nova parada de 1987 a 1992, quando Elmar Castelo Branco toma as rédeas do projeto e assinou dez espetáculos, com entrada franca para alunos e público em geral, se restringindo ao campus da universidade. Acomodado e sem o brilho da 3ª fase. 
Premiações
Inédito: As premiações do TUCAP durante esta fase com Carlos Borba e José Francisco Filho: Mais de 30 prêmios nacionais e regionais. Clique aqui –
 

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