TUCAP – Uma história teatral de sucesso em Pernambuco – 1971 – 1975

tucap

Teatro da Universidade Católica
de Pernambuco
1971 – 1975

 

5 anos de sucesso!

SUCESSO DE PÚBLICO E CRÍTICA. O TUCAP foi um dos melhores grupos de teatro amador de Pernambuco, na fase liderada por Carlos Borba e José Francisco Filho, de 1973 a 1975. Mais de 30 prêmios conquistados na sua breve trajetória.
SHOW INESQUECÍVEL. Mas o grupo não fazia só teatro. Uma produção musical, criada por Rodolfo Aurelliano, Eurico Bitu, Tonico Aguiar e Toinho dos Santos, o I PARTO DE MÚSICA LIVRE DO NORDESTE, se constituiu num dos maiores eventos musicais de todos os tempos em Recife, até hoje não superado. Reunindo, no Teatro Santa Isabel, que nunca tinha visto coisa igual, os melhores nomes de intérpretes, compositores, instrumentistas e grupos musicais da época. Foi um show que deu manchete nacional e durou quase 4 horas, com um público de 1.200 pessoas! Presença de Luiz Gonzaga. Os cantores Flaviola e Marco Polo, tiveram que dar explicações sobre suas atuações, consideradas impróprias.
UMA REVOLTA GERAL. A peça infantil A REVOLTA DOS BRINQUEDOS, de Pernambuco de Oliveira e Pedro Veiga, fez tanto sucesso, que no ano seguinte foi remontada, repetindo o sucesso de crítica e público.
COMENTÁRIOS. Leia o meu comentário sobre a minha participação no Tucap. Com o tempo vou espichar o texto, contando mais histórias… E o início da minha carreira como produtor de espetáculos, inicialmente junto com o colega e amigo Zé Francisco, o culpado de eu trocar a música pelo teatro e de cometer textos de teatro (Chama, Chama, Ninguém Atende; O Manipuladore; Esquerda, Direita, Volver). 
CENSURA. O grupo foi um polo de resistência cultural, tendo alguns dos seus membros várias vezes “convidado” a dar depoimento na Polícia Federal. O “convite” era quase um sequestro. Quando os agentes chegavam tinha que ir naquela hora (eles gostavam de usar o eufemismo de convite…).
ADVERSIDADE. A Universidade Católica de Pernambuco, na pessoa do reitor Gondim Lóssio e do pró-reitor Barbosa, olhando de través para aquele pessoal cabeludo e contestador. Várias ouvimos o pró-reitor dizer que universidade não era lugar para aquele teatro. É bom lembrar que vivíamos os auge da ditadura militar, e não passava desapercebido que os militares “sugeriam” os nomes dos reitores. Como eu fazia parte do grupo e era secretário da Faculdade de Direito da Unicap, sabia das pressões dos militares.
PROMETEU, CUMPRIU. O espetáculo grego de Ésquilo, PROMETEU ACORRENTADO, foi especialmente criado para ser apresentado em igrejas, como foi o caso da estréia na Igreja Rosário dos Pretos, no centro da cidade, em Goiana-PE, numa outra igreja parecida, na catedral inacabada de Natal-RN, sob as luzes de lampiões e em festivais de teatro. Resisto! Resisto! Resisto! Estas palavras emocionavam a platéia. Resistir é preciso. A censura tentou cortar, mas não conseguiu.
ESCRACHANDO. Foi nessa época que surgiu o Vivencial Diversiones, que fez companhia ao Tucap, na discriminação dos outros colegas de teatro. Tanto a seriedade do Tucap como a escrachação do Vivencial, não era bem visto pela classe, naquele período.
TORTURANDO O AUTOR. Ariano Suassuna, anos depois do incidente no hoje Teatro Valdemar de Oliveira, reviu a sua atitude, mas não vamos deixar de registrar para a posteridade aqueles tempos obscuros, pois ele realmente proibiu a temporada de Torturas de um Coração, premiada em dois festivais no sul do país.
ESCOLHIDOS. A peça foi baseada num fato real, acontecido no campo de concentração de Auschiwitz, na Alemanha, durante a II Guerra Mundial. Prisioneiros, escolhidos por sorteio, são colocados numa cela, para morrerem de fome. Um prisioneiro, escolhido, se revolta. O Padre Maximilian Kolbe, se oferece a ficar no lugar dele. Os oficiais das SS concordam. O texto é de Hilda Hilst.

sugestões e críticas para Don Antonio: don.antonio@memorialpernambuco.com.br